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Abaixo-assinado “chumba” investimento de 2 milhões

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Qua, 20/07/2016 - 15:30


Instalação de Fábrica do azeite de bagaço gera receio na população de Vale das Fontes, que promete intensificar os protestos contra a instalação daquela unidade industrial.

A população de Vale das fontes reuniu-se na passada 6.ª feira, na sede da Junta de Freguesia local, para contestar a instalação, na região, de uma unidade fabril de produção de bagaço e azeite, um projecto da responsabilidade da empresa Cálculo de Vanguarda, sediada em Matosinhos, e que preconiza a criação de 12 postos de trabalho e um investimento total que deverá chegar rondar os 2 milhões de euros. Em declarações ao nosso jornal, o presidente da junta de freguesia de Vale das Fontes referiu que a “população e a junta manifestaram receios fundados dos efeitos negativos que este tipo de indústria pode ter para a saúde das populações desta região”. Deixando claro que “nós queremos investimento para a nossa região, não queremos é este tipo de investimento”, o autarca sublinhou ainda que “este investimento terá mais consequências negativas do que positivas”. A junta e a população temem a poluição, porque “temos a certeza de que este tipo de indústria é altamente poluente, e que terá efeitos muito negativos no turismo da região, que tem o seu forte no turismo de natureza”. Para Carlos Caseiro, “mais do que os efeitos no Rio Tuela, teme-se os efeitos negativos ao nível da qualidade do ar, uma vez que este tipo de indústria emite produtos potencialmente cancerígenos”. Quanto aos postos de trabalho que deixarão de ser criados caso o investimento não se concretize, o presidente da junta foi claro: “acaba por não ser significativo, quer tendo em conta os efeitos negativos deste tipo de indústria, quer tendo em conta o facto de serem postos de trabalho sazonais”. Está agendada já para depois de amanhã, 5.ª feira, pelas 21 horas, nova sessão de esclarecimento, desta feita, com a presença de elementos da associação ambientalista Quercus. Da sessão da passada 6.ª feira, resultou um abaixo-assinado, que se mantém activo, e que conta já com 211 assinaturas, sendo que os responsáveis pela contestação à instalação desta unidade fabril pretendem igualmente avançar “para uma petição online, de modo a abranger o maior número de apoios para esta causa, que visa proteger as populações de Vale das Fontes, Nuzedo de Baixo, Minas, Ervedosa, Valpaço, Curopos, Vale de Janeiro, Palas, Vale de Armeiro e Rebordelo”. Em rota de colisão com esta posição está o presidente da Câmara Municipal de Vinhais. Américo Pereira vê com bons olhos “a instalação e captação de investimento na nossa região, desde que sejam respeitadas todas as regras ambientais. Eu recordo, por exemplo, que uma das maiores empresas da região, o aterro sanitário que está hoje no Cachão, esteve inicialmente para ser localizado algures entre Vinhais e Bragança. Devido a uma posição pouco esclarecida dos autarcas da altura, que não quiseram que ficasse localizada em vinhais, acabou por ir para o Cachão. Hoje tem 300 colaboradores”. Para Américo Pereira, “não devemos fazer demagogia acerca daquilo que é sério”. Neste momento, o projecto para a instalação desta unidade encontra-se em fase de licenciamento e a seguir os trâmites habituais.