Ter, 25/03/2025 - 10:54
Conforme esclareceu Carlos Rachado, a mulher foi vítima de um AVC três dias antes de morrer. Este terá telefonado a pedir socorro, mas foi-lhe explicado que a ambulância de Alfândega da Fé tinha ido para Bragança e as de Vila Flor e Mogadouro também não estavam disponíveis. Assim, em “aflição”, telefonou para os bombeiros de Alfândega e pediu uma ambulância, sem ser do INEM. “A corporação tinha uma disponível e vieram ajudar-me para eu conseguir enviar a minha mãe ao centro de saúde”, contou, avançando ainda que, depois, lhe telefonaram do INEM e este referiu que já tinha requisitado uma ambulância porque a mãe tinha estado mais de meia hora à espera de socorro. Entretanto, no centro de saúde, um médico solicitou uma ambulância e foi necessário esperar pela mesma cerca de 40 minutos, já que esta veio de Mirandela. Ou seja, segundo Carlos Rachado, entre a primeira chamada para o INEM e a entrada da mãe nos cuidados intensivos do hospital de Bragança passaram duas horas e meia. Para o filho da vítima “não é admissível haver tantas ambulâncias indisponíveis”. “Acho que é negligência”, esclareceu. À rádio Terra Quente, Carlos Rachado disse que pensa apresentar queixa no Ministério Público. O INEM confirmou, à mesma rádio, que recebeu uma chamada às 18h44 e que, depois da triagem e aconselhamento, por parte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), acionou uma ambulância de Macedo de Cavaleiros, já que as entidades parceiras do Sistema Integrado de Emergência Médica da região mais próximas da ocorrência, incluindo os bombeiros de Alfândega, informaram “não ter ambulâncias disponíveis”. Mais tarde, o CODU terá telefonado para fazer o acompanhamento do estado de saúde da mulher e comunicar sobre a previsão de tempo para chegada do meio ao local, sendo que terá sido informado de que “já não seria preciso ambulância porque a utente já se encontrava no centro de saúde”. Depois, às 19h11, o Centro de Saúde de Alfândega contactou o CODU pedindo apoio para o transporte e referenciação hospitalar, por aparente agravamento clínico, sendo que “o CODU mobilizou para o local uma ambulância do Corpo de Bombeiros de Mirandela”, que, no momento, “era a entidade mais próxima e, simultaneamente, com disponibilidade de meio para efetuar a transferência da utente para Bragança”. À Terra Quente, o comandante dos bombeiros de Mirandela, Luís Soares, disse que a corporação tem respondido “de forma recorrente” às emergências médicas a pedido do CODU fora da sua área de intervenção.