Qua, 20/11/2024 - 15:05
O ministro das Infra- -estruturas garantiu que a ligação aérea Bragança-Portimão vai voltar a ser feita ainda antes do Natal. Desde o final de Setembro que a rota não é feita, devido ao fim do segundo ajuste directo. Este processo tem vindo a gerar polémica, devido ao anterior Governo não ter lançado o concurso público a tempo, tendo feito um ajuste directo para impedir que a ligação terminasse. Como o concurso público ainda não estava concluído, o novo Governo fez um segundo ajuste directo. A empresa que opera a rota desde 2009 diz que o Governo lhe deve quase 4 milhões de euros, do anterior concurso público e também dos dois ajustes directos. Só agora o Tribunal de Contas deu o avale para que o pagamento fosse feito. Numa reunião com a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, que inclui os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vinhais, Vimioso e Vila Flor, na passada terça-feira, o ministro adiantou que o problema está a ser resolvido. No entanto, o presidente da CIM, Pedro Lima, não está contente com a situação. “Ainda não sabemos exactamente quando, prometeu-nos que será antes do Natal. De qualquer forma, aquilo que há a registrar, com muito desagrado, é que o território ficou, mesmo que seja no limite do 25 de Dezembro, cerca de três meses sem esta ligação. E não há justificações que nos tranquilizem porque parece ser uma forma um pouco generalizada de olhar a um território que está habituado a esperar”, criticou, afirmando que o território “não pode ser tratado continuamente desta forma” e “deveria ter havido um regime de excepção” para que a região não ficasse sem ligação aérea. Na reunião, o ministro garantiu ainda que o Governo vai financiar o estudo do corredor de alta velocidade Porto-Bragança-Zamora, com 1,5 milhões de euros. Para Pedro Lima esta é uma boa notícia, uma vez que “vamos ter um ministério comprometido e, de certa forma, o projecto ganha forma e força”. O estudo tem assim um financiamento de 3 milhões de euros, das Comunidades Intermunicipais, zona metropolitana do Porto e Governo. Em breve começará a ser feito, mas ainda não se sabe quanto tempo demorará. A Comunidade Intermunicipal aproveitou a presença do ministro para reclamar financiamento para a requalificação das estradas, já que o Plano de Recuperação e Resiliência não pode ser usado para esse feito. “A solução que apresenta (o ministro) será abrir uma linha através do BEI à qual os municípios possam correr, mesmo que endividados, portanto que não contará para o endividamento, e que em planos de 4 em 4 anos ou de 8 em 8 anos os municípios consigam iniciar uma requalificação total das ligações rodoviárias municipais”, explicou o presidente da CIM. A falta de cobertura de rede móvel e internet é também uma das reclamações dos municípios. Em 2021, a ANACOM fez um estudo das localidades com falhas de comunicação. Segundo o leilão 5G do Governo de António Costa, em 2025 90% da população tinha de ter cobertura de rede.