Ter, 29/08/2023 - 10:28
Segundo o investigador da Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, José Aranha, ao longo dos anos, “a área ocupada pela vespa tem aumentado”. “Em Trás-os-Montes temos uma série de confirmações na zona do Azibo, Mirandela, portanto nas zonas mais quentes, também temos em Montesinho e até aos 800 metros de cota nós já temos muitos ninhos registados”, adiantou. A vespa asiática alimenta-se de abelhas, o que provoca graves problemas no ecossistema. Destruir os ninhos da vespa não é suficiente, salientou o especialista, uma vez que já se actua no final do ciclo de reprodução a vespa. Para um maior controlo e mitigação da espécie defende medidas activas, nomeadamente o uso de armadilhas no fim do Inverno e início de Primavera, como já está a ser feito. José Aranha vai mais longe e afirma que é preciso, no Verão, criar brigadas nos gabinetes técnicos florestais das câmaras. “As futuras rainhas são fecundadas no final de Outubro e durante Novembro, quando nós vamos destruir os ninhos em Dezembro e em Janeiro, as futuras vespas já saíram, portanto não conseguimos quebrar o ciclo. Se nós tivermos medidas activas de procura de ninhos durante os meses de Verão e inactivação desses ninhos nessa época nós conseguimos reduzir substancialmente o problema no ano seguinte”, explicou. No entanto, o investigador diz que é difícil erradicar a vespa asiática do país, visto que em Portugal, as condições ecológicas e climáticas são favoráveis para se reproduzir. “Atendendo à forma como se reproduz e à dimensão das colónias vai ser muito difícil o homem acabar com ela. Extinguir pragas ou este tipo de insecto invasor é extremamente difícil e não se conhece nenhum país que tenha conseguido erradicá- -las de vez”, afirmou. A vespa asiática não tem predadores naturais. Este ano já morreram duas pessoas picadas por vespa asiática, em Mangualde e Mafra. De acordo com o Jornal Público, só no ano passado foram destruídos 17 mil ninhos de vespa asiática em todo o país. Quando avistado um ninho deve ser contactada a câmara municipal ou a Linha SOS Ambiente (808 200 520).