IPB pode perder 30% dos alunos do concurso nacional de acesso em 2025

PUB.

Ter, 04/07/2023 - 12:18


Em causa está proposta de diploma “catastrófica”

Para já, espera-se, no próximo ano lectivo, 2023/2024, que o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), aumente a taxa de colocação no concurso nacional de acesso, como tem vindo a acontecer. Ainda assim, a breve trecho, o cenário pode mudar e muito, sendo que “a atractividade da instituição, em termos internacionais, é muito grande” e “há uma procura quatro vezes superior às vagas”, segundo Orlando Rodrigues, presidente do IPB. Esta tendência positiva para o IPB pode mudar já em 2025 pois, no próximo dia 6, há um Conselho de Ministros temático, sobre o ensino superior, em Aveiro, e está em equação uma alteração legislativa que “não se entende” e terá “efeitos catastróficos” para o sistema porque se pretende aumentar o número de provas de ingresso para o ensino superior e isso terá como efeito uma “redução significativa do número de alunos a entrar”. Para já esta é uma proposta de diploma do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Se o Governo a aprovar espera-se, em 2025, “uma redução na ordem dos 28 a 30% dos alunos colocados no concurso nacional de acesso”.

IPB tem nova licenciatura

O Instituto Politécnico de Bragança vai ter, para o próximo ano lectivo, uma nova licenciatura, Direção e Gestão Hoteleira, a ser lecionada na Escola de Hotelaria e Bem-Estar, em Chaves. Ao nível dos mestrados, o IPB apresenta, como novas ofertas, o segundo ciclo de estudos em Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais, na Escola Superior de Comunicação e Administração de Mirandela, Supervisão Pedagógica e Inovação em Educação e Educação Especial e Inclusiva, na Escola Superior de Educação, e, por fim, Engenharia Mecânica e Engenharia Electrotécnica e de Computadores, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Ao nível dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTESP), o politécnico tem disponível, para o próximo ano lectivo, o curso de Terapias de Beleza e Bem-Estar e ainda outros dois, que resultam de uma parceira com a empresa LusoRecursos, em Prospeção Mineral e Geotécnica e Educação Ambiental. Assim, para 2023/2024 há 44 licenciaturas, 37 mestrados e 39 CTESP à escolha. “Relativamente às licenciaturas, as novidades são muito poucas uma vez que elas têm que ter um carácter de estabilidade”, explicou Orlando Rodrigues, presidente do politécnico de Bragança, que acrescentou que, no que toca a mestrados, aí sim, como é visível, “há várias novidades”. Refira-se que, quanto a doutoramentos, o IPB está a preparar a oferta deste ciclo de estudos, sendo que serão criados três, Sistemas Sócio- -Ecológicos, Processos e Produtos Sustentáveis e Digitalização e Robótica Inteligente. As “necessidades de mercado” foram tidas em conta para esta criação formativa. “Temos alguns instrumentos permanentes de percepção de mercado e ajustamo-nos a essas particularidades. Esta nova licenciatura, em Direção e Gestão Hoteleira, ajusta- -se claramente a uma grande necessidade na nossa região, porque não existe nenhuma formação neste âmbito, e, claramente, é um sector em expansão”, vincou o presidente. Esta nova oferta formativa obriga a contratar mais professores. O IPB está em “constante renovação” de docentes, sendo que há algumas áreas mais deficitárias. “Vamos contratando consoante as nossas possibilidades orçamentais mas claramente temos que fazer contratação de novos professores para aquelas áreas em que mais nos faltam”, esclareceu Orlando Rodrigues. O IPB tem ainda uma oferta formativa orientada para a qualificação e requalificação de activos, envolvendo microcredenciais, pós-graduações, em particular na Escola de Negócios, e outros cursos breves. No que respeita às microcredenciais, segundo Orlando Rodrigues, há várias ofertas e a ideia é ampliá- -las. “São cursos breves, com uma duração inferior ao que é, normalmente, uma disciplina. Esses cursos são feitos consoante as necessidades que as empresas nos colocam, pretendendo requalificar os seus profissionais. As microcredenciais são creditadas. Têm um reconhecimento universal”, explicou o presidente do instituto, que disse que, ainda na semana passada, houve uma formação em panificação.

CTESP atraem menos alunos

Neste momento, o IPB tem cerca de 1400 alunos em CTESP. Segundo Orlando Rodrigues, há vários cursos que não chegam a abrir por falta de alunos inscritos e o número de interessados em frequentar estes cursos está, ligeiramente, a cair. “No nosso caso, a procura do CTESP tem vindo a descer um pouco em virtude das tendências demográficas e porque a oferta, em particular, aqui na região do Porto e de Braga, onde captamos muitos alunos, ter aumentado a oferta”, justificou o presidente, que disse que, ainda assim, se espera aumentar, brevemente, aumentar o número de alunos, porque “são cursos particularmente interessantes na medida em que dão formação superior em dois anos e permitem uma entrada precoce no mercado de trabalho e até que os alunos continuem a estudar”.

Jornalista: 
Carina Alves