Christian Rodrigues, António Tiago e Lília Martins candidatos ao quadro nacional da arbitragem

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Ter, 06/06/2023 - 10:56


Os três árbitros prestam provas, esta semana, de 5 a 9 de Junho e de 9 a 11 de Junho em Rio Maior. A confirmar-se a promoção a A.F. Bragança fica com cinco árbitros de futebol nos nacionais. Cláudio Miranda e Nuno Augusto foram despromovidos

Christian Rodrigues, António Tiago e Lília Martins são as jovens promessas da arbitragem da Associação de Futebol de Bragança.

Os três juízes estão muito próximo de contribuir para o aumento do número de árbitro da AFB nos quadros nacionais, podendo-se juntar a Paulo Silva e João Pedro Afonso no futebol, e João Martins no futsal.

Christian Rodrigues tem 24 anos, é licenciado em desporto, e há seis que se iniciou na arbitragem por incentivo de um colega da faculdade.

Para o jovem árbitro não há jogos difíceis. “Para mim ser árbitro é fácil. Tudo que faço bem ou mal eu assimilo sempre como uma experiência”.

Sempre sujeitos a críticas, os árbitros estão expostos a discursos e palavras menos agradáveis, mas Christian Rodrigues garante que não se deixa afectar. “Há campos em que as bancadas estão mais afastadas do terreno de jogo e então desligámos. É muito importante estarmos concentrados durante todo o jogo. Eu gosto de fazer isto. Se ficasse frustrado com o que vem da bancada já tinha desistido”, afirmou.

Christian Rodrigues mostra uma clara paixão pela arbitragem, uma área mal remunerada o que contribuiu para a diminuição do número de árbitros. Um problema com qual se depararam todas as associações de futebol do país. “Há muita falta de árbitros por questões monetárias, pois nem sempre somos bem pagos. Quem quer ser árbitro e gosta disso não pode pensar que vai ganhar rios de dinheiro”.

Christian está de olho na promoção à categoria C4 e não lhe passa pela cabeça outra coisa que não seja a concretização do objectivo. “Tem sido um longo caminho, são necessárias bastantes épocas para ganhar experiência e mesmo assim ainda me sinto um puto novo. Trabalhei muito para alcançar os meus objectivos e agora vamos para as provas finais”.

O mesmo caminho tem sido trilhado por António Tiago, que em 2017 deu os primeiros passos na arbitragem. “Na altura foi até por incentivo do presidente da Associação de Futebol de Bragança que, na altura, era meu professor de educação física. Tirei o curso e ganhei o gosto pela arbitragem. Agora estou nesta face decisiva”, referiu.

O enfermeiro, natural de Torre de Moncorvo, não esconde que “nem sempre é fácil ser árbitro”, pois é necessário “muita força de vontade e muitos sacrifícios”. “É uma área muito interessante. Sem árbitros não há jogos e sem jogadores também não há jogos, portanto somos todos necessários. Ouve-se sempre muita coisa, mas faz parte. Há jogos que parecem fáceis e tornam-se difíceis. É necessário haver bom senso e saber dar a volta às situações”.

António Tiago considera que o trabalho de árbitro não é valorizado e está sujeito à crítica fácil e muitas vezes pouco fundamentada. “Neste momento no nosso país há muito show off. Os árbitros são muito expostos, são pouco protegidos e só se fala de coisas que não fazem sentido na arbitragem. A profissão de ser árbitro é complexa e exigente e muitas vezes é menorizada”.

António Tiago, tal como Christian Rodrigues, quer subir aos quadros nacionais da arbitragem. Os dois participam até sexta-feira, dia 9 de Junho, no Seminário de Arbitragem, em Rio Maior.

No feminino, Lília Martins é o rosto da arbitragem da A.F. Bragança. A árbitra é candidata a subir à categoria CF 3 e a tarefa não é fácil. “São poucas vagas. São muitas provas. Somos sujeitas a provas físicas, escritas, avaliações psicológicas e em campo. Só há quatro vagas, mas vou tentar”, afirmou.

Lília Martins preparou-se de forma muito rigorosa para os testes finais, tendo mesmo abdicado da vida profissional, e continua a trilhar um caminho onde as mulheres têm alguma dificuldade de percorrer. “Ser mulher em qualquer área não é fácil, infelizmente, principalmente em Portugal. Ainda mais aqui, em Bragança. É uma realidade pequena e sou a única árbitra que faz jogos de seniores”.

Mas, a nível nacional já foram dados passos importantes na valorização da carreira de árbitra e do futebol feminino. “Já temos quatro assistentes na Liga 2 e acredito que este ano vamos colocar mais árbitras no quadro masculino, abriram essa excepção”.

Lília Martins é candidata a subir ao quadro nacional da arbitragem feminina, à categoria CF3 e para isso terá que se superar nas provas teóricas e físicas que vai realizar de 9 a 11 de Junho participa no Seminário de Arbitragem, em Rio Maior, onde

Desde 2019 que a árbitra integra o quadro de árbitros da A.F. Bragança, depois de se ter iniciado na A.F. Viana do Castelo, onde fez parte de duas equipas de arbitragem nos nacionais de juniores masculinos e 1ª e 2ª divisão feminina.

Lília Martins é uma das seis árbitras de futebol do quadro da A.F. Bragança, sendo que é a única que arbitra jogos de seniores.

 

Nuno Augusto e Cláudio Miranda descem para a categoria C5

Se se confirmar a subida da árbitra, de Christian Rodrigues e António Tiago, a AFB passa a contar com cinco árbitro de futebol no quadro nacional. São menos dois do que o esperado, pois Nuno Augusto e Cláudio Miranda, que estavam na categoria C4 desceram para o quadro distrital (C5).

Por outro lado, Cláudio Miranda vai arbitrar no nacional de futebol de praia. O árbitro foi um dos oito colocados na categoria C2 Futebol de Praia.

Paulo Silva mantém-se em C4 futebol e João Pedro Afonso em C2 (Liga Profissional).

No futsal, João Martins continua nos quadros nacionais em C3.

 

Jornalista: 
Susana Madureira