Ter, 23/05/2023 - 09:53
No entanto, conforme noticiado na última edição do jornal Nordeste, a região de Trás-os-Montes ficou de fora desse pacote de apoios. Posto isto, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) não compreende em que se baseou o ministério para criar esta declaração, deixando de fora Trás-os-Montes À margem da Feira da Agricultura em Macedo de Cavaleiros, no último domingo, Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura e da Alimentação, assegurou que “as condições estão criadas” para ajudar os agricultores, tendo em conta que, no caso do Planalto Mirandês, os danos provocados pela seca já são visíveis. “Estamos a acompanhar a situação para irmos reunindo mais municípios e mais territórios a esta declaração de seca severa ou extrema. Para nós é essencial termos medidas de médio a longo prazo, mas que as executemos já”, garantiu a Ministra. Questionada sobre o tipo de medidas a implementar no território, a responsável deu o exemplo do Programa Nacional de Regadios, adiantando que já estão no terreno para construírem o próximo. Recorde-se que a região de Trás-os-Montes tem vários projectos de barragens para reforçar o regadio à espera de financiamento ou licenciamento há largos anos, entre o Vale da Vilariça e Vimioso. “Temos avaliado a situação e pretendemos fazer sessões com agricultores e investigadores para vermos as alternativas necessárias, porque queremos ter um plano que nos permita armazenar água na região”, adiantou.
Barragem da Burga é “um dos temas mais vulneráveis” para o Ministério
No período homólogo do ano passado, a barragem da Burga, no Vale da Vilariça teve uma fuga que obrigou a recorrer, em ano de seca, à reserva estratégica de água do regadio daquela que é uma das zonas agrícolas mais férteis de Portugal. Além disso, o projecto de alteamento da barragem é reclamado há anos, mas continua sem calendário para execução. Perante esta problemática, Maria do Céu Antunes recordou que a situação da barragem da Burga é “um dos temas mais vulneráveis” para o Ministério da Agricultura. “A barragem da Burga teve um plano de contingência a ser aplicado porque passou por problemas sérios. Este ano está no limite da sua capacidade de armazenamento e, posto isto, já perguntamos quais são as soluções e uma delas é a criação de uma rede de charcas nesta região, que já está prevista a sua realização para ser mais fácil armazenar a água”, garantiu. O regadio do Vale da Vilariça, que se estende pelos concelhos de Vila Flor, Torre de Moncorvo e Alfândega da Fé, é compostos por três blocos, servidos pelas barragens da Burga, Santa Justa e Ribeiro Grande e Arco. A da Burga é a que se tem revelado mais problemática e nos últimos anos, além do armazenamento abaixo do expectável, tem o problema de, quando a água descarrega com mais pressão para a conduta de rega, também vai para a descarga de fundo. O regadio do Vale da Vilariça tem cerca de 800 beneficiários com culturas nos mais de 2.400 hectares já existentes.