A política, em termos históricos, teve a sua origem na Grécia Antiga e resultou da necessidade de organizar, do ponto de vista do seu funcionamento administrativo e harmónico, as designadas pólis (cidades-Estado). Era tida como uma estrutura de excelência da gestão da “coisa pública”, cuja função principal, passava pela proteção do bem comum dos cidadãos, com o desiderato de garantir o equilíbrio e a coesão social. Infelizmente, pese embora a sua natural evolução conceptual e empírica, podemos asseverar que o conceito original de “política” tem sido recorrentemente atropelado e desvirtuado na sua essência. Temos assistido a uma inquietante e preocupante decadência dos pilares que a sustentam, onde “casos e casinhos” têm estado na ordem do dia, aliás…dos dias, há muitos dias!... Um embrutecimento que cresce incessante, não apenas em termos de dimensão política, mas também na revolca da dimensão ética, moral e humana dos seus atores. Somos um país onde o PARECER é, quase sempre, mais importante que o SER, amarrado a trocas de favorzinhos, em que o oportunismo reina, como se fossem os “donos disto tudo”, os famosos DDT’s…e não é que são mesmo!!!!... Os intervenientes políticos deveriam servir a política e não servirem-se da política, assumindo, de forma responsável, o papel de “missionários” ativos ao serviço das pessoas, comprometidos com os princípios doutrinários do bem-estar coletivo!... Nesse contexto, diria que, da direita à esquerda, os partidos políticos não po- dem continuar a ser geri- dos por interesses pessoais ou mesmo por “mendigos” que se colocam ao serviço da “Corte da Realeza”, numa tentativa desesperada de sobrevivência social e slide profissional. Continuam-se a aceitar nas estruturas partidárias, militantes que não conhecem a história, nem tão pouco os seus valores e princípios ideológicos, fa- zendo valer apenas o ambi- cionado “tacho político”, que no final de contas, é sempre o mais importante. Não pretendo com este ar- tigo “incendiar”, ainda mais, a já frágil conjuntura políti- ca, nem tão pouco enveredar em suspeições específicas ou generalizadas, contra tudo e contra todos! Isso, deixo para os especialistas e comentadores políticos conceituados (já assim o dizem) e para isso lhes pagam. Quero apenas, enquanto cidadão ativo, pensante e interventivo, dizer um NÃO redondo contra a promiscuidade política em toda a sua linha, recusando fazer parte deste país amorfo de “domesticados”! Compete, assim, a cada um de NÓS, combater positivamente e de forma persistente, todos aqueles que se aproveitam, sem juros, do suor de muitos portugueses que diariamente se “esfolam” por uma vida de remediados, onde o mês é quase maior que o salário. É IMPERATIVO não baixar os braços. Falar no backstage ou lamurias de corredor, não bastam! O nosso gran- de desafio é, assim, inverter este repugnante paradigma que nos deveria envergo- nhar a todos, construindo uma nova e credível geração política, alavancada nas métricas do mérito e do reco- nhecimento, como os gran- des alicerces da edificação da confiança num Estado de Direito Democrático.
Bruno Santos