O abraço racista de Joacine e Francisca

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Colonização e colonialismo não são bem a mesma coisa.

A colonização portuguesa primou pelo humanismo, miscigenação e concórdia, deixando indeléveis marcas monumentais, linguísticas e civilizacionais por esse mundo fora, que muito sobrelevam os malefícios do colonialismo da mesma lavra.

Duas mulheres negras, ou pretas, como se queira, burguesas, cidadãs portuguesas de direito e que ocupam os mais altos cargos nos órgãos de soberania nacionais são dois produtos primorosos dessa mesma colonização.

Todavia, por puro oportunismo político ou mau carácter, tão distintas personalidades evocam as maldades do colonialismo mas ignoram as bondades da colonização.

Refiro-me à ministra Fran-

cisca Van Dunem e à deputada Joacine Moreira que, associadas a um tal Mamadou Ba, estão no olho do furacão racista que elas próprias sopram e que ameaça colocar Portugal a ferro e fogo.

Quanto a Mamadou Ba, porque é natural de um país que embora não tenha sido colónia portuguesa foi fundado pelo assumido lusófilo Léopold Senghor, é deixá-lo sorver tranquilamente a generosa malga do caldo que os portugueses lhe servem, desde que não atice motins ou bata na polícia.

A deputada Joacine possui, é público e notório, temperamento irrascível e sofre

de uma irritante deficiência de fala que gravosamente a limita para o múnus parlamentar, mas que de nenhuma forma pode atribuir ao colonialismo português. Era o que faltava!

Já a língua que fala, a cultura acima da média e a vida desafogada que leva, as deve, isso sim, à abençoada colonização portuguesa.

Também a ministra Francisca só vê racismo e xenofobia, antes e depois da descolonização, lançando diatribes bacocas aos que acusa de negacionistas das suas ridículas evidências pessoais, embora não indique em que lei do ordenamento jurídico português, como lhe compete, se baseia.

Limita-se a invocar, em defesa da sua tese, o exemplo caricato de que, por ser negra, a confundiram com a criada doméstica, quando se passeava nos jardins da bela moradia familiar, na Luanda colonial.

Será que a ministra Francisca se esqueceu das muitas famílias mistas que viviam felizes não só em Luanda mas um pouco por toda a Angola?

Ou dos muitos exemplos de tocante fraternidade entre portugueses brancos e negros, designadamente em acções heróicas de combate?

Mais desastrada é quando se dá ao topete de realçar o sentido pejorativo das palavras “mulato” e “cabrito” ignorando o carinho e apreço a que uns e outros eram votados na sociedade angolana, quando Angola ainda era Portugal. E será que a senhora ministra não tem mulatos na família?

Mas mais infeliz ainda é quando se esquece dos milhares de crianças, de mulheres e de homens, brancos e negros, martirizados às mãos da barbárie negra, antes da independência e a carnificina brutal que ocorreu já depois dos maus colonizadores terem sido forçados a abandonar Angola.

Portugal foi, e é, o vosso refúgio, o vosso lar, Francisca e Joacine e Angola e a Guiné são as vossas pátrias enjeitadas. Não se esqueçam!

Mais louvável seria que publicamente se empenhassem, com denodo, na promoção da mais justa concórdia entre negros e brancos, a exemplo do heróico Nelson Mandela e dos marcantes pensadores do agora utópico império místico português.

Falta-lhes grandeza de alma para tanto.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Henrique Pedro