Sofia Colares Alves*
Ao longo das duas últimas décadas as crises humanitárias têm crescido em número, complexidade e severidade, prevendo-se que o seu número continue a aumentar. Por esta razão, agora mais do que nunca, é preciso aumentar substancialmente a ajuda às pessoas necessitadas de ajuda humanitária. A União Europeia não virou costas a esta missão e somos hoje, em conjunto com os Estados-Membros, o principal doador de ajuda humanitária no mundo, um facto de que nos devemos orgulhar enquanto europeus.
A União Europeia está empenhada em dar resposta a estas crises e a fornecer a ajuda humanitária necessária, que tem uma importância vital para milhões de vítimas de conflitos violentos e de catástrofes naturais que ocorrem no espaço da União, mas também no seu exterior. Uma das prioridades da União é a de assegurar que as pessoas carenciadas recebem ajuda humanitária rapidamente e sem entraves, independentemente da sua nacionalidade, religião, sexo ou origem étnica. Parte deste apoio é canalizado para as zonas afetadas através do Mecanismo de Resposta de Emergência da União Europeia, cuja assistência vai desde o envio de bens de primeira necessidade a equipas de especialistas de intervenção ou de salvamento, passando também por postos médicos ou equipamentos. Esta ação salva e protege vidas e é fundamental para evitar ou aliviar o sofrimento humano.
Recentemente, a Comissão Europeia financiou ajuda humanitária de emergência para as vítimas dos terramotos e tsunami que atingiram a Ilha de Celebes, na Indonésia. Além disto, enviou especialistas para coordenar os esforços de socorro da União Europeia e acionou o serviço de emergência do satélite Copérnico para criar mapas que ajudassem as equipas no local. Nestes casos críticos, a Comissão Europeia está ainda pronta a canalizar os apoios suplementares necessários. É o caso, por exemplo, do Afeganistão, país ao qual a Comissão Europeia dedicou um montante adicional de 20 milhões de euros em ajuda de emergência, dado o agravamento da situação humanitária desde o início de 2018 que se deveu, em parte, a uma grave seca que afetou extensas zonas no país. Graças a este financiamento, torna-se possível que muitas organizações humanitárias presentes na região deem resposta às necessidades essenciais mais urgentes.
Estes são exemplos que demonstram como, todos os anos, a assistência europeia chega a mais de 120 milhões de pessoas por todo o mundo. Esta representa apenas 1 % do orçamento total da União Europeia, o que equivale a pouco mais de 2 euros por cada cidadão europeu. É, sem dúvida, uma boa forma de reiterar o valor europeu da solidariedade para com as populações em necessidade. Aliás, esta ajuda humanitária conta com o apoio esmagador dos cidadãos da UE: de acordo com o Eurobarómetro, quase nove em cada dez europeus consideram que a ajuda humanitária financiada pela UE é importante! É fundamental que não deixemos de investir em iniciativas como esta, que nos fazem ter orgulho em fazer parte do projeto europeu.
* Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal