O Sabor não é fronteira
Nem o vale da Vilariça se alcança
Da Senhora da Teixeira.
Para que haja boa lembrança
Apresento-o, na Junqueira!
Nasce em Bornes, alfandeguense
Mas a Moncorvo pertence
Dos Nozelos à Junqueira
Na margem esquerda da ribeira.
Estende-se, airoso, galhardo, singelo
Até ao Monte Meão.
Da Adeganha recebe benção
E, beijando a mão
Da Senhora do Castelo,
Expande-se nos Barrais.
A melhor vista é dos Estevais!
Mira’Douro em S. Gregório
E tudo mais em seu redor
Mas é a Póvoa
Que se espelha no Sabor.
Se a noite bater à porta
Acende luzes na Horta,
E a primavera vai chegar
Quando nas encostas da Vide
A amendoeira desabrochar.
Guarda lendas no Castedo
Da gente da Nação
Do seu duro degredo
E da fuga de Castela, ao rei cristão,
Em demanda do novo Vale do Jordão.
Nasce-lhe o sol na Cardanha
Olhando as Cabanas de Cima
Com uma beleza tamanha
Que o aquece e ilumina.
Mas quando o dia esmorece
Aquieta-se, repousa,
Descansa e adormece
Aconchegado pela Lousa!
Feito na Junqueira a 21 de agosto em protesto por terem sido excluídas de uma reportagem da revista Passear, promovida pela Câmara de Moncorvo, grande parte do vale da Vilariça e as suas aldeia ribeirinhas, Junqueira, Nozelos, Adeganha, Estevais, Póvoa, Horta, Vide, Castedo, Cardanha, Cabanas de Cima e Lousa.