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PLANALTO quer reforçar produção leiteira

Ter, 20/09/2005 - 15:33


O futuro do leite no Planalto Mirandês foi tema de destaque na festa dos produtores de leite, que decorreu durante o passado fim-de-semana, em Mogadouro.

Esta iniciativa, organizada pela Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês (APLPM), contou, ainda, com um concurso de gado de raça Holstein Frísia, que decorreu em simultâneo com uma mostra de maquinaria e alfaias agrícolas e produtos para o sector leiteiro.
Durante as sessões de esclarecimento, o vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e responsável para o sector leiteiro, José Oliveira, garantiu que “o Planalto Mirandês tem todas as condições para ser uma importante bacia leiteira”, uma vez que ainda não há problemas de impacto ambiental, provocados pela instalação de vacarias próximos de núcleos urbanos e com falta de condições para o escoamento e armazenamento de dejectos.
Uma das principais razões para o futuro na produção leiteira nesta região, acrescentou o dirigente, é, também, a proximidade com Espanha. “O país vizinho é altamente deficitário em termos de produção leiteira, o que o torna um mercado com potencial. O escoamento da produção leiteira está, igualmente, assegurada por empresas nacionais e estrangeiras” realçou o responsável.

Litoral pode perder
quotas leiteiras

A CAP considera, ainda, que as quotas leiteiras não se devem concentrar na região entre Douro e Minho, já que nesta zona há uma produção excedentária. “A pressão das entidades ambientais vai levar muitos produtores da região entre Douro e Minho a abandonarem a produção leiteira”, acrescentou José Oliveira.
O responsável acentuou, ainda, a decadência deste sector da pecuária nas regiões que não reúnem as condições necessárias para a produção leiteira. Se actualmente existem dez mil produtores de leite no País, em 2010 a situação poderá estar reduzida a metade, o que significa que as quotas serão transferidas para as regiões que tenham condições para a produção”, concluiu José Oliveira.
Entretanto, o Planalto Mirandês terá de agarrar esta tendência, através da alteração do sistema de produção da região, principalmente no que diz respeito à dimensão das explorações. É que só as explorações com mais de 100 animais poderão dar resultado. “É importante criar estábulos com dimensão empresarial e dividir os lucros face à quota que cada sócio tem na sociedade”, realçou o responsável da CAP.

Planalto tem que
redimensionar explorações

A associação dos produtores de leite e a criação de uma empresa de produção de leite em sistema rotativo, pode ser a solução para rentabilizar ao máximo esta actividade.
Para já, a APLPM considera que o sector leiteiro está vivo e não acredita na transferência de quotas para a região, uma vez que se assiste a “ uma sangria de quotas na região”, relembra o presidente da associação, Higino Ribeiro.
Face a esta situação, pode haver explorações no Planalto Mirandês que correm o risco de fechar e originar um colapso neste sector.
A região do Planalto é responsável por 25 por cento da produção de leite de Trás-os-Montes, onde são produzidos mais de 130 mil litros de leite por dia, através de 8 mil vacas leiteiras.