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Tragédia abala Uva

Ter, 20/09/2005 - 14:48


As autoridades promoveram, na tarde da passada quinta-feira, na aldeia de Uva, em Vimioso, uma reconstituição dos incidentes que originaram a morte de uma mulher de 25 anos e ferimentos na sua filha de dois anos.

Graça Martins, recorde-se, foi apanhada no fogo cruzado originado pelo desentendimento entre dois homens, durante a noite de quarta-feira, durante uma festa popular na aldeia.
Os dois homens envolvidos na cena de tiros tiveram igualmente de receber tratamento hospitalar. Um deles, Amaro Afonso de 70 anos, foi transferido para uma unidade hospitalar do Porto, devido à gravidade dos ferimentos provocados por uma das balas, tendo sido submetido uma intervenção cirúrgica para a extracção do projéctil.
O outro indivíduo envolvido, Armando Sousa, de 50 anos, reside em Famalicão e encontrava-se ao serviço duma empresa de construção civil que está a trabalhar em Vimioso. Após a troca de tiros, o homem foi assistido no Centro de Saúde de Vimioso, sendo transferido para o Hospital Distrital de Bragança. Depois de ser assistido na unidade de saúde ficou sob custódia da GNR até ao dia seguinte. Presente ao Tribunal de Vimioso ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva, tendo recolhido ao estabelecimento Prisional de Bragança.
Segundo o tenente da GNR, Gonçalo Amado, a vítima mortal nada tinha a ver com os dois indivíduos. Apenas foi apanhada no meio do fogo cruzado provocado pelos disparos entre os dois homens.

Política na origem das desavenças

Ao que foi possível apurar, na origem das desavenças podem estar desentendimentos que terão começado duas semanas antes da tragédia, numa festa na aldeia vizinha de Algoso, quando os dois indivíduos se envolveram numa acesa discussão sobre a candidatura de Mário Soares à Presidência da República
Em Uva, a troca de tiros começou dentro do bar da Comissão de Festas, onde estavam mais de 30 pessoas. Depois dos primeiros disparos, os homens dirigiram-se para o exterior, tendo descarregado as armas. “Não morreram mais pessoas porque não calhou, pois havia mais de 250 pessoas no arraial”, garantiu, Emídio Domingues, um dos populares que presenciou os factos.
Durante o fogo cruzado, a pessoas entraram em pânico e começaram a gritar, abrigando-se das balas como puderam. A mesma sorte não teve Graça Martins que, ao fugir foi atingida por uma bala, que lhe causou morte imediata.
Na manhã de ontem a consternação e o silêncio tomaram conta da pequena freguesia de Uva, onde os residentes se mostravam incrédulos e chocados com o trágico acontecimento.
Durante a troca de tiros foram utilizadas duas armas: um revólver de 22 mm e uma pistola de calibre 8 mm. Apenas a pistola estava em situação ilegal, mas ambas as armas foram aprendidas pela GNR.
Graça Martins residia em Fonte Ladrão, concelho de Miranda Douro. Era casada e deixa duas filhas órfãs: uma de oito e outra de dois anos.