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Música ajuda toxicodependentes

Ter, 20/09/2005 - 14:42


Depois da metadona e das curas em Centros de Recuperação, eis que a música começa a ganhar o seu espaço no tratamento da toxicodependência e alcoolismo.

O método já é utilizado por Vitalie Cerlat, um médico voluntário da Associação Reaprender a Viver, que pretende ajudar os dependentes de drogas e álcool, bem como respectivas as famílias, a ultrapassarem os problemas e a deixarem o mundo dos vícios.
Durante três horas, a música e a meditação funcionam como terapia de relaxamento para libertar a mente dos problemas que afectam o ser humano diariamente.
“A droga não é mais do que um refúgio utilizado por aqueles que sentem determinadas carências, na maioria das vezes afectivas. Por isso, através das terapias naturais procuramos dar a essas pessoas o prazer equivalente àquele que elas têm quando tomam drogas”, salientou o médico.

É preciso vontade própria

Durante as sessões de meditação são desenvolvidas várias técnicas terapêuticas, entre as quais a musicoterapia e a dançoterapia, onde a leveza do corpo procura aliviar a mente.
De acordo com Vitalie Cerlat, o ser humano aprende a viver e a relacionar-se com a sociedade, mas, muitas vezes, tem dificuldade em lidar consigo mesmo, pelo que estas terapias têm a função de ajudar as pessoas a encontrarem-se consigo próprias.
Os resultados, contudo, estão directamente ligados com a vontade de cada um em superar os seus problemas. “Cada pessoa conhece-se melhor a si mesma do que qualquer médico, pelo que a recuperação depende da própria pessoa”, acrescenta o terapeuta.
As actividades desenvolvidas afastam-se da rotina do dia-a-dia, um método que pode ser uma boa oportunidade para os toxicodependentes se afastarem do mundo da droga e começarem a “reaprender a viver”.

Toxicodependentes hesitantes

Na primeira sessão de musicoterapia, o público-alvo acabou por não comparecer, situação que se repetiu na segunda sessão, que decorreu na manhã do passado sábado.
Os responsáveis pela associação realçam que não é fácil convencer os toxicodependentes a frequentarem este tipo de terapias, uma vez que, a maioria deles, sabem que têm um problema mas não conseguem admiti-lo.
Apesar de alguns toxicodependentes já estarem em fase de recuperação, o desconhecido acaba por afastá-los, pelo que é necessário fazer um trabalho prévio de sensibilização.
Vitalie Cerlat, que tem vontade de partilhar com as outras pessoas as suas experiências através das terapias naturais, não desiste e vai continuar a realizar estas terapias todos os sábados de manhã.
O próximo passo prende-se com a sensibilização dos toxicodependentes para aderirem a esta iniciativa, que pode ser uma boa ajuda para conseguirem abandonar o mundo das drogas.
Estas terapias naturais começam, agora, a ser utilizadas em Portugal, mas nalguns países já fazem parte dos tratamentos clínicos nos hospitais e centros de saúde. Este médico romeno-moldavo conta que há estudos que revelam casos em que doentes oncológicos conseguiram ultrapassar a doença através de terapias naturais.