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Jovens visitam Minas de Ervedosa

Ter, 02/08/2005 - 15:57


O Couto Mineiro de Ervedosa, que representa parte da história do concelho de Vinhais, encontra-se num elevado estado de degradação e abandono.

Durante a manhã da passada quinta-feira, cerca de 100 jovens, frequentadores de cursos do Centro de Formação de Bragança, visitaram este património para conhecer a história das minas.
O percurso pedestre teve início no Santuário de S. Cristóvão e prolongou-se até ao Couto Mineiro, com passagem por alguns marcos que caracterizam a história das gentes que trabalharam na antiga exploração de volfrâmio.
Ao caminhar pelos trilhos da Ervedosa, o túmulo do patrão das minas é um dos pontos de visita. Esta infra-estrutura, que já se encontra num avançado estado de degradação, representa a hierarquia vivida antigamente naquele complexo mineiro, que abrange as localidades de Ervedosa e Nuzedo de Baixo.

Exploração nas minas

Segundo o geógrafo Carlos Patrício, natural da aldeia de Nuzedo de Baixo, as minas são um testemunho vivo de um espaço de exploração, onde não havia domingos nem dias santos e onde nunca se ouviu falar de direitos de trabalhadores.
Carlos Patrício acompanhou, desde muito novo, a actividade mineira e conta como era dura a vida dos mineiros. “Vivia-se uma realidade incrível, que hoje é difícil de imaginar. Os verdadeiros mineiros demoravam, apenas, quatro a cinco anos até ficarem completamente liquidados com silicose”, enfatiza o geógrafo.
A dureza dos trabalhos e a propagação de doenças, devido à contaminação do minério, eram os problemas que viviam com os mineiros e com a sua família.

Paisagens encantam visitantes

“Havia famílias inteiras a trabalhar nas minas. Para além disso, as crianças conviviam diariamente com pessoas tuberculosas. Eram tempos muito difíceis para estas pessoas, que arriscavam a vida para ganhar dinheiro e sobreviver”, realça Carlos Patrício.
Durante a visita, os jovens foram entrando em contacto com as histórias de quem trabalhou nas minas e acabaram por ficar encantados com as paisagens que envolvem o Couto Mineiro.
Por isso, a maioria dos formandos que efectuou este percurso defende que o complexo mineiro devia ser recuperado para fins turísticos, uma vez que representa um importante pedaço da história transmontana.
Na óptica de Pedro Cruz, um dos visitantes, devia haver apoios para recuperar o Couto Mineiro, que para além de representar parte da história transmontana é um local que poderia ser recuperado e inserido num roteiro turístico capaz de trazer visitantes ao Nordeste Transmontano.
Esta posição é partilhada pelo geógrafo Carlos Patrício, que lamenta a perda daquele património.
“É importante recuperar aquelas minas e sinalizar as zonas perigosas, nomeadamente os fornos de arsénio e as partes do terreno que estão contaminada. Posteriormente, esta zona devia ser aproveitada para o turismo, através de visitas guiadas e aproveitando as memórias das pessoas que trabalharam nas minas e ainda são vivas”, salienta o geógrafo.