Mirandela merecia melhor resultado

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Ter, 24/05/2005 - 18:06


Excelente jogo de futebol, um verdadeiro cartão de visita a deixar vontade para o regresso do futebol, em Agosto.

Assitiu-se a uma encontro com duas das melhores equipas do campeonato, quiçá merecedoras de classificação pelo seu futebol evoluído, fluído e bem organizado que apresentaram e pela classe que espalharam ao longo da época pelos relvados (e alguns pelados que ainda existem!) do nacional A da 3ª Divisão nacional.
Entraram melhor os locais no jogo e, com um pouco de melhor finalização, podiam ter alcançado o golo que justificavam antes do fuzilamento de Armando a Menezes, ainda que beneficiando do espaço dado por Luís. Mas se os locais conseguiram algum ascendente neste período, a atitude e reacção transmontana ao golo sofrido foi sublime. Tomaram conta do jogo e passaram a deliciar a assistência com lances de encher o olho, valendo a voluntariedade de André Campo e o conhecimento que este tem da maioria dos atletas forasteiros.
Quando parecia que os forasteiros iam ter mais uma prestação de grande exibição mas concretização insuficiente, como aconteceu muitas vezes ao longo da época, Rui Borges abre o livro dos livres de antologia e empata. Do intervalo regressa um Mirandela avassalador, personificado, mandão e autoritário, a mostrar porque foi considerado candidato à subida. Hugo Costa, excelentemente assistido por Romeu, levantou o estádio com um golão que dava a vantagem e abria as portas do céu da classificação. O lance colocou o Mirandela numa posição aceitável quanto ao seu real valor, mas Borges, Romeu, Fábio Pinto e Ademir tiveram, ainda, ensejos para matar o jogo com o 1-3, o que não aconteceu por manifesta infelicidade e devido a um fora de jogo que apenas o assistente do peão viu, diga-se.
A dois minutos do tempo regulamentar, Marcelo resolve imitar Borges e empata de novo a partida, dando o resultado final que, embora acabe por transmitir alguma justiça em relação à boa entrada da sua equipa, é também um pormenor expressivo da falta de sorte dos Alvi-Negros nesta temporada. Mas o que mais importou, já que o resultado apenas servia para ajustar posições, foi o clima de festa que se viveu neste jogo, antes, durante e depois. Provou-se que o futebol é espectáculo e pólo de união entre os seus intervenientes com qualidade desportiva.
Quanto ao trabalho do trio de árbitros, uma tarde tranquila que, apesar de alguma contestação de ambas as equipas, nos pareceu bem conseguida.
Jogo no Estádio dos Barreiros, em Joane. Relvado muito bem tratado, tarde de sol e temperatura estival
Trio de Arbitragem da A. F. Porto: Rui Correia, Carlos Barros, Emílio Cardoso - classificação de 0 a 10 – 10
Joane 4x3x3
Campos-4, Águia-6, André Campos-6, Carvalho-5, Pedro Adão-5, Fina-5 (Marcelo-5 18’), Victor Hugo-5, Eurico-5 (Cap) (Mateus-69’), Cunha-5, Armando-5, Paulo Filipe-5
Não utilizados: Rui Barbosa, Carlos marques
Disciplina: C.A. a Águia 30’, Pedro Adão 34’, André Campos 92’
Melhor jogador: André campos / Águia
Técnico: José Soeiro
Mirandela 4x3x3
Menezes-4, Bernardino-5 (Tony-! 92’), Loureiro-6 (Clemente-5 80’), Luís-4, Didácio-5, Rogério-5, Rui Borges-6, Hugo Costa-5, Ademir-5 (Sub-Cap), Fábio Pinto-5 (Cap), Romeu-5 (Rui Lopes-5 78’)
Não utilizados: Rui Parada, Marco Fontoura, Américo
Disciplina C.A. a Loureiro 27’, Rogério 37’
Melhor jogador: Loureiro / Rui Borges
Técnico: Carlos Correia

Marcha do marcador: 1-1 ao intervalo – 0-1 Armando 15’, 1-1 Rui Borges 44’, 1-2 Hugo Costa 51’, 2-2 Marcelo 98’