Ter, 24/05/2005 - 15:12
Os achados foram encontrados no passado dia 24 de Abril, no lugar do Forno da Velha, freguesia de Lagoa, e trata-se da mais recente descoberta do grupo de trabalho que está a elaborar a Carta Arqueológica do concelho de Macedo de Cavaleiros.
O achado deveu-se ao Grupo 6 da Carta Arqueológica constituído por Helena Carvalho, Nídia Santos, Cíntia Maurício e Andreia Carvalho.
Para já, a pinturas rupestres estão, apenas, localizadas e fotografadas, mas segue-se o levantamento e o registo.
O coordenador da equipa, Carlos Mendes, acredita tratar-se duma descoberta importante, até pela proximidade com outras zonas onde já existem vestígios paleolíticos.
As novidades foram avançadas no fim-de-semana, durante as III Jornadas de Primavera, um evento organizado pela Associação Terras Quentes, organismo de defesa do património arqueológico do concelho de Macedo de Cavaleiros.
O trabalho da Terras Quentes abrange, essencialmente, dois campos: o arqueológico e o património artístico do concelho de Macedo.
Incluída no programa das Jornadas, aconteceu o lançamento da segunda edição do livro “Cadernos Terras Quentes”. Nesta publicação está reunida informação sobre a actividade da Associação que, tal como aconteceu no seminário, está dividida entre os temas de arqueologia e património artístico. De recordar que a Associação, através de uma parceria com o Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, está a proceder ao inventário artístico do concelho de Macedo de Cavaleiros.
Sala pode gerar museu
No final do dia procedeu-se à inauguração de uma sala museu, localizada no Núcleo Central do Parque Natureza do Azibo, onde a Associação tem a sua sede. A bandeira que cobria a placa alusiva ao acto foi retirada pelo presidente do Instituto Português de Arqueologia (IPA), Fernando Real, o que atesta a relevância do trabalho promovido pela Associação.
No local o visitante pode ver algum espólio resultante da actividade arqueológica desenvolvida pela Terras Quentes, com a informação contextualizadora.
O espaço acolhe uma exposição permanente de arqueologia resultante das recolhas feitas no âmbito do projecto Terras Quentes.
O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto, espera que esta sala seja o ponto de partida para um museu de arqueologia a instalar no concelho.
Por isso, a autarquia quer candidatá-lo ao próximo Quadro Comunitário de Apoio.
O presidente do IPA, Instituto Português de Arqueologia, por seu lado, considera que esta exposição tem diverso material que pode integrar a futura estrutura.
No entanto, a responsabilidade de constituir o museu não cabe ao IPA, mas Fernando Real garante que vai interceder a favor da vontade da Câmara de Macedo.
A sala museu não vai estar aberta permanentemente, estando a ser calendarizado o funcionamento para os meses de Verão. No resto do ano, o equipamento vai abrir, apenas, quando houver visitas programadas.
A associação Terras Quentes tem descoberto vasto património arqueológico que faz de Macedo de Cavaleiros um dos concelhos da região com mais actividade neste ramo da História.