Caretos a Património da Humanidade

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Qua, 06/04/2005 - 11:48


As máscaras e trajes das tradições de Solstício de Inverno da região transmontana podem tornar-se Património da Humanidade até ao final do mês.

A candidatura foi apresentada em Outubro do ano passado, na sede da UNESCO, em Paris e tem como objectivo recuperar o Património Imaterial de Portugal e Espanha, para que seja considerado Obra-Mestra do Património Oral e Imaterial da Humanidade.
Neste momento a UNESCO aceitou a proposta, mas levantou “alguns problemas que têm que ser fundamentados até ao final do mês”, confirmou o delegado regional da Cultura do Norte, Costa Leite.
Para que as tradições populares e culturais não se percam, escolas dos dois países começaram a fazer, em 2001, a recolha de todo o património imaterial ligado à oralidade. Rituais ligados às tradições agrícolas, festas anuais, cantigas, cantares ao desafio e máscaras fazem parte da riqueza cultural reunida pelas escolas.

Tradições protegidas

“Mais tarde, um grupo de professores juntou-se em Vigo, numa reunião do Eixo Atlântico, e procuraram deslocar várias entidades, para além das escolas, para colaborar neste projecto. Entre as quais a Delegação Regional da Cultura do Norte, a Direcção Geral do Promoção Cultural da Galiza, elementos ligados ao Ministério da Educação e ao Ministério da Agricultura”, referiu Costa Leite.
Com o trabalho conjunto destas entidades surgiu a candidatura à UNESCO de todo o Património Imaterial recolhido. Esta solicitação apresentada pelo Norte de Portugal e pela Galiza é a primeira a ser promovida por escolas dos dois países, com o acompanhamento da sociedade civil e de instituições.
Também é pioneira na participação de escolas da rede da UNESCO, como promotoras, e é a primeira candidatura multinacional apresentada por dois países pertencentes à actual Comunidade Europeia.
A proclamação pela UNESCO é esperada para Julho deste ano e vai implicar a promoção deste Património em todo o Mundo, a garantia da protecção deste material, bem como o desenvolvimento do turismo associado à cultura.
Segundo o delegado regional da Cultura do Norte, a candidatura Galaico-Portuguesa “poderá ser a última a nível da Europa, porque a UNESCO entende que os países europeus já reúnem condições para não deixarem morrer as suas tradições”.