Internet nas freguesias

Grande parte resulta de um protocolo celebrado em Janeiro do ano passado entre a Presidência do Conselho de Ministros e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). O objectivo é dotar todas as Juntas de Freguesia de PPAI, o que já se verifica em metade das freguesias do País, ou seja, cerca de 2.200.
O acordo financia em 75 por cento a aquisição de equipamento informático, além de suportar, durante três anos, os custos de ligação à Internet, seja em Banda Larga, linha RDIS ou via analógica.
Algumas autarquias do mundo rural, contudo, debatem-se com dificuldades para assegurar a manutenção dos equipamentos e, até, para prestar esclarecimentos a todos aqueles que procuram as Juntas de Freguesia para aceder à Internet.
“Em termos de número estamos acima de muitos distrito do País, mas o grande problema é formação”, alega o delegado distrital da ANAFRE, Paulo Xavier.

Falhas na formação

Na opinião do autarca, o Governo deveria ter assegurado a formação dos recursos humanos antes de proceder à colocação dos computadores. Como isso não aconteceu, as autarquias vão fazendo o que podem para manter os postos de Internet em funcionamento. “Felizmente há sempre o filho, o neto ou o amigo que percebem do assunto que ajudam a freguesia e passam a mensagem”, recorda Paulo Xavier.
Outras das dificuldades prende-se com a continuidade dos PPAI após a vigência do protocolo. “Durante três anos o Estado comparticipa, mas depois as Juntas mais pequenas não vão ter verbas para suportar as despesas”, receia o secretário da Junta de Freguesia de Nunes, Luís Gonçalves.
O presidente da ANAFRE, Armando Vieira, faz questão de sossegar os autarcas. “Acreditamos que o Governo vai ser sensível a esta matéria e que haverá formas de renovar os apoios concedidos, pois a Internet é uma necessidade básica”, sustenta o responsável.
As preocupações dos autarcas foram manifestadas durante uma acção de formação sobre o Programa Operacional Sociedade do Conhecimento que a ANAFRE promoveu em Bragança no passado sábado.