Ter, 22/03/2005 - 17:10
Sempre que a seca se abate sobre a região de Bragança, a construção da Barragem das Veiguinhas salta para a ordem do dia com mais intensidade. Este ano não foi excepção, mas com uma diferença. É que numa época particularmente seco, surge o terceiro parecer negativo das autoridades ambientais, que começa a fazer crer que este empreendimento não será uma realidade.
Por isso, talvez seja altura da Câmara Municipal de Bragança abdicar deste projecto e começar a trabalhar nas alternativas possíveis, como é o caso da captação de água a partir da albufeira do Azibo. É sabido que esta barragem pertence ao município de Macedo de Cavaleiros mas, em questões de água, os municípios têm de saber ser solidários, até porque há um sistema multi-municipal de abastecimento e saneamento prestes a entrar em funcionamento, sob a chancela das Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A barragem das Veiguinhas é uma aspiração antiga e uma das principais bandeiras do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes.
Em 1997, o empreendimento foi incluído no programa eleitoral do edil bragançano e, passados oito anos de mandato, é uma das poucas promessas que se encontram por cumprir. Não por vontade do autarca de Bragança, porque se dependesse da Câmara a barragem já estava feita, mas porque a legislação ambiental deixa pouca margem de manobra.
Por isso, mais vale pensar em alternativas às Veiguinhas, sob pena do concelho passar mais oito anos à espera de um projecto que pode nunca sair do papel.
Com a Universidade de Bragança, aliás, passa-se exactamente o mesmo. O Governo de José Sócrates, tal como se esperava, nem sequer a incluiu no programa desta Legislatura. Sendo assim, mais vale agarrar um Instituto Universitário ou um pólo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro do que ficar irremediavelmente sem Ensino Universitário, à espera duma Universidade que nunca mais aparece.