Ter, 22/03/2005 - 15:20
No sábado foi a vez de João Carlos Marques e Cristina Alves, um jovem casal que promete não estragar as estatísticas ao jovem padre. Ele tem 27 anos e é agente da PSP no aeroporto de Lisboa. Ela conta 25 primaveras e é socióloga açoriana, mas já trocou a brisa marítima do arquipélago pelos montes graníticos de Vila Pouca da Aguiar, terra natal do marido. Foi no cenário do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, com a vila aos pés, que o conhecimento travado num programa de “chat” acabou em casamento e em juras de amor para sempre.
Tudo começou no final do Verão do ano passado, quando o Jornal NORDESTE publicou uma reportagem sobre o sucesso dos matrimónios do sacerdote e a respectiva ausência de divórcios. Seguiram-se trabalhos em estações televisivas e noutros títulos de imprensa, que se encarregaram de reforçar a fama do pároco de Santa Comba da Vilariça, no concelho de Vila Flor.
Uma das reportagens televisivas despertou a atenção de Cristina Alves, que não descansou enquanto não conseguiu contactar o P. José Rodrigues. Após um mês de insistências e tentativas para contactar o pároco, a cerimónia foi marcada e os resultados não defraudaram as expectativas do jovem casal. “O que eu procurava era mesmo isto, um casamento com uma mensagem bonita e intimista. Adorei!”, referiu.
Namoro na Net
Corria o ano de 2002 quando “Babinhas” e “Dios” trocavam mensagens num programa de “chat” da Internet, usando pseudónimos que escondiam Cristina Alves e João Carlos Marques. Farto do contacto cibernético, “Dios” decide aproveitar as férias para fazer uma visita surpresa aos Açores, na tentativa de saber quem é a “Babinhas”.
Cristina Alves não gostou muito da surpresa e os jovens até chegaram a discutir, só que algo de mais forte acabou por levar os dois ao altar.
“O amor apresenta-se quase sempre de forma inesperada e entra pela porta traseira”, explica o padre José Rodrigues.
Foi assim que um encontro inesperado se transformou num namoro que durou quase três anos. As viagens de Cristina ao Continente sucederam-se e João Carlos também visitava S. Miguel, sempre que as férias ou folgas o permitiam.
Agora prometem amor para sempre. “Não queremos ser notícia pelo facto de sermos o primeiro divórcio dos casamentos celebrados pelo padre Zé”, ironiza João Carlos Marques.
O nó está dado e os primeiros dias do casal vão ser vividos a centenas de quilómetros de distância. É que a socióloga trabalha em Vila Pouca de Aguiar há cerca de um mês, mas o agente da PSP permanece no aeroporto de Lisboa até que o pedido de transferência para o Porto obtenha luz verde.
Enquanto isso não acontece, a Internet voltará a funcionar, para que as mensagens no chat se encarreguem de matar as saudades nos intervalos dos fins-de-semana.