Sex, 18/03/2005 - 12:37
Proporcionar aos idosos uma velhice mais saudável é o principal objectivo do Centro Social e Paroquial de Mogos (CSPM), no concelho de Carrazeda de Ansiães.
Catorze anos após a construção da primeira fase do Centro, em Mogo de Malta, a população reuniu-se anteontem para festejar a inauguração do Lar Nossa Senhora da Saúde.
Depois de ultrapassados vários obstáculos, nomeadamente as dificuldades financeiras, o director do CSPM, Jorge Almeida, mostrou a sua felicidade por ter conseguido levar o projecto para a frente e confessou que o sonho continua, no sentido de proporcionar à população mais carenciada uma vida com mais qualidade.
A cerimónia contou, também, com a presença de Adão Silva, deputado do PSD por Bragança e um dos impulsionadores do projecto. O deputado elogiou o trabalho da população, a quem chamou “verdadeiros heróis sociais”.
Um sonho antigo
O CSPM conta, agora com as valências de Centro de Dia, Lar, Actividades de Tempos Livres (ATL) para crianças e instalações amplas para a realização de eventos comunitários.
O pároco de Mogos, Virgílio Vila-Velha, recordou os tempos em que cantava os Reis para sublinhar a importância da obra que tem sido feita pelo CSPM.
“Numa noite de Reis, andávamos de porta e porta e já pedíamos para a construção de um Centro de Dia em Mogos”, lembrou o sacerdote.
Esta obra custou cerca de 600 mil euros, um valor comparticipado pelo Estado em 290 mil euros.
Dada a dimensão dos custos, Jorge Almeida revelou que a instituição teve de recorrer à banca, mas acentuou a vontade de querer chegar mais longe. “Os arranjos exteriores e a construção de apartamentos para proporcionar a casais um ambiente familiar são as ambições para o futuro”, divulgou o responsável pela instituição.
O Lar Nossa Senhora da Saúde tem capacidade para 26 idosos, mas o director da instituição revelou que este espaço “já se torna pequeno face às solicitações que têm surgido”.
Família tem o papel principal
Na óptica de Adão Silva, a construção de lares é fundamental, em especial num distrito onde os números apontam para uma população envelhecida, pelo que o parlamentar realça o papel “crucial” da família para o bem-estar dos idosos.
“O ideal era que as famílias não se desmembrassem, que acolhessem os seus idosos, de forma a proporcionar um encontro geracional entre avós e netos”, frisou o deputado.
Quanto às ajudas que podem ser concedidas pelo Estado às famílias que optem por manter os idosos em casa, em vez de os institucionalizarem, Adão Silva defende que “devia ser feita uma política mais direccionada para a família”.
Teresa Batista