Ter, 07/09/2021 - 10:36
Era uma vez dois amigos que se encontraram casualmente e diz um para o outro: - Ou, onde vais? Ao que outro responde: - Não sei e tu? E este diz: - Eu também não sei, mas vamos rápido para não chegarmos atrasados!
Serve esta pequena historinha, assim inventada à pressa, para resumir a visita do nosso Primeiro-Ministro à região.
Veio dar o chamado pontapé de saída à pré-campanha eleitoral. Sim, ao Interior tocou a pré-campanha, que é como quem diz: deixa-me já despachar este povo que dá poucos votos, para depois apostar forte no Litoral.
Assim, percorreu várias cidades da região com um discurso, a meu ver, hilariante, pois não se entende se foi discurso de líder do Partido Socialista ou de Primeiro-Ministro. Em Vila Real recorreu a um excerto de um hit musical português de Pedro Abrunhosa “vamos fazer o que ainda não foi feito”. Disse também que é nestes territórios “onde há uma enorme reserva de recursos por aproveitar e há uma enorme oportunidade para desenvolver o país”. Ora, bem sabemos disso, mas continuando…
Na Guarda, António Costa disse: “quando no Interior tivermos tanto crescimento como aquele que temos no Litoral, o país terá duplicado a sua capacidade de crescer. E essa é a oportunidade que nós temos”. Isto parece um master de adição, porque ora bem: 1 + 1 é igual a 2 e 2 é o dobro de 1. E daí a explicação da duplicação.
Com os seus discursos até ficamos a pensar que o A arte de falar sem dizer nada Interior corre o risco de não caber nele próprio com tal crescimento que ele anuncia.
Palavras cheias de nada portanto! Nunca se compromete, pois fazer o que ainda não foi feito dá para tudo, coisas boas e más desde que ainda não tenham sido feitas!
Pergunto também se estes discursos se enquadram no papel de líder do Partido Socialista e se esta é alguma estratégia para o partido?
Afirmou, ainda, algo também interessante que foi “é preciso termos políticas concretas e integradas que permitam essa valorização do Interior”. E eu pergunto: quem é que tem a função de desenvolver políticas integradas?
Não sei quando voltaremos a ver António Costa por cá. Como desta vez veio em jeito de comício, nós (jornalistas) não pudemos fazer perguntas e tantas que há para fazer.
E foi basicamente isto! Agora será que vamos ter direito à visita de Rui Rio? Para sabermos se há compromissos sérios assumidos pelo maior partido da oposição ao actual poder. Aguardaremos então para saber se fomos incluídos nessa agenda. Também não teremos de esperar muito para saber, pois, já não faltam 20 dias para acabar esta azáfama.
O Jornal Nordeste terminou na edição passada a última secção de entrevistas Autárquicas 2021 e faltam apenas mais três debates na rádio Brigantia. Esperamos, sinceramente, que esta nossa cobertura sirva para um maior esclarecimento das populações para que possam votar em consciência no dia 26 de Setembro.
Cátia Barreira