Como conservar os alimentos em segurança

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Deixar alimentos cozinhados durante muito tempo à temperatura ambiente, descongela-los de forma inadequada ou misturar alimentos prontos a consumir com alimentos crus são os principais erros que podem originar contaminações alimentares.

No Olho Clínico, deixamos-lhe alguns conselhos importantes de como deve guardar os alimentos de forma segura, evitando toxinfeções alimentares.

Os alimentos cozinhados não devem ser deixados mais de 2 horas à temperatura ambiente, por exemplo em cima da bancada ou do fogão ou dentro do forno ou micro-ondas. Por isso, antes de refrigerar os alimentos cozinhados arrefeça-os rapidamente, colocando por exemplo os recipientes, com pouca quantidade de alimento, em água gelada ou mexendo durante algum tempo.

Por sua vez, a descongelação dos alimentos deve ser feita no frigorífico, sendo inadequado deixar os alimentos em cima da bancada à temperatura ambiente ou imersos em água quente, o que favorece o crescimento bacteriano.

A contaminação cruzada deve também ser evitada. Alimentos prontos para consumo e não higienizados não devem entrar em contacto direto com os alimentos prontos para consumo. Também não devem ser usados os mesmos utensílios, por exemplos facas e tábuas de corte, para preparar alimentos de natureza diferente em simultâneo.

Conservação dos alimentos no frigorífico

Os alimentos devem ainda ser conservados a temperaturas adequadas. O frigorífico deverá ter temperaturas compreendidas entre os 0 e 10ºC. Não se esqueça que a temperatura não é igual em todo o frigorífico. Por isso, para assegurar uma conservação adequada é necessário tirar partido da existência dessas diferentes temperaturas. Salvo indicações específicas do fabricante do frigorífico, este deve ser arrumado da seguinte forma:

1. Zona Superior (zona mais fria) – iogurtes, queijo, natas, compotas e alimentos já cozinhados (não se esqueça que estes não devem permanecer mais de 2 horas à temperatura ambiente, e que devem ser conservados em recipientes adequados e fechados, não devendo ser colocados quentes no interior do frigorífico);

2. Zona intermédia – carne e pescado, produtos de charcutaria, conservas abertas (devem ser retirados das latas e colocados em caixas herméticas adequadas) e produtos de pastelaria;

3. Prateleiras inferiores – Produtos em descongelação (devem ser acondicionados em recipientes que evitem o derrame de líquidos resultantes do processo de descongelação, que podem contaminar outros alimentos);

4. Gavetas inferiores – Produtos hortícolas, fruta e leguminosas secas;

5. Portas do frigorífico – Manteiga, margarina, leite (se consumido em 48 horas), bebidas.

De realçar que as carnes se conservam no frigorífico até 3 dias, com exceção da carne picada que dever ser confecionada até 24 horas. Já período adequado de conservação do peixe fresco no frigorífico é de 24 horas.

 

Conservação dos alimentos no congelador

Ao contrário do frigorífico, no congelador é indiferente o local onde se colocam os alimentos, pois a temperatura deve ser uniforme (salvo indicações específicas do fabricante do equipamento). No entanto, antes de “congelar” os alimentos deve seguir os seguintes procedimentos:

- Hortícolas – devem ser lavados, retiradas as partes não comestíveis e podem ser cortados. De modo a destruir as enzimas, reduzir os microrganismos e para manter a cor aconselha-se a escaldá-los durante 2 minutos e de seguida passa-los por água fria, retirar a humidade e acondicionar corretamente nas porções necessárias.

- Carne – quando possível deve retirar pele, gordura visível e ossos.

- Peixe – deve escamar, retirar as vísceras, limpar e lavar.

Os alimentos devem ser congelados em porções, ou seja, na quantidade que vai utilizar para uma refeição. Os alimentos congelados devem ser acondicionados em embalagens identificadas, datadas e próprias, de modo a evitar alterações como a “queimadura de frio”, que seca a superfície do alimento formando uma crosta esbranquiçada, diminuindo a sua qualidade.

Os alimentos após terem sido descongelados nunca devem voltar a ser congelados.

Fonte:

DGS – Direção-Geralm da Saúde – Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável