Como conservar os alimentos de forma segura

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As boas práticas de conservação dos alimentos são fundamentais para evitar problemas de saúde associados a toxinfeções alimentares. No Olho Clínico deixamos-lhe dicas sobre os cuidados que deve ter quando guarda os alimentos.

O frio ajuda a conservar os alimentos frescos e a retardar o aparecimento e desenvolvimento da maioria dos microrganismos nocivos. No entanto, é importante higienizar adequadamente os frigoríficos/câmaras frigoríficas com produtos destinados a esse fim.
Também deve ter atenção ao espaço que ocupa no seu frigorífico, que não deve ultrapassar os dois terços. Quando o equipamento está cheio, até ao ponto de não existir mais espaço entre os diferentes alimentos, o ar não consegue circular e a distribuição da temperatura ficará afetada.

Conservação dos alimentos no frigorífico

Deve ainda conservar os alimentos a temperaturas adequadas. O frigorífico deverá ter temperaturas compreendidas entre os 0 e 10ºC. Não se esqueça que a temperatura não é igual em todo o frigorífico. Por isso, para assegurar uma conservação adequada é necessário tirar partido da existência dessas diferentes temperaturas. Salvo indicações específicas do fabricante do frigorífico, este deve ser arrumado da seguinte forma:
1. Zona Superior (zona mais fria) – iogurtes, queijo, natas, compotas e alimentos já cozinhados (não se esqueça que estes não devem permanecer mais de 2 horas à temperatura ambiente, e que devem ser conservados em recipientes adequados e fechados, não devendo ser colocados quentes no interior do frigorífico);

2. Zona intermédia – carne e pescado, produtos de charcutaria, conservas abertas (devem ser retirados das latas e colocados em caixas herméticas adequadas) e produtos de pastelaria;

3. Prateleiras inferiores – Produtos em descongelação (devem ser acondicionados em recipientes que evitem o derrame de líquidos resultantes do processo de descongelação, que podem contaminar outros alimentos);

4. Gavetas inferiores – Produtos hortícolas, fruta e leguminosas secas;

5. Portas do frigorífico – Manteiga, margarina, leite (se consumido em 48 horas), bebidas.
De realçar que as carnes se conservam no frigorífico até 3 dias, com exceção da carne picada que dever ser confecionada até 24 horas. Já período adequado de conservação do peixe fresco no frigorífico é de 24 horas.

Conservação dos alimentos no congelador

Ao contrário do frigorífico, no congelador é indiferente o local onde se colocam os alimentos, pois a temperatura deve ser uniforme (salvo indicações específicas do fabricante do equipamento). No entanto, antes de “congelar” os alimentos deve seguir os seguintes procedimentos:
• Hortícolas – devem ser lavados, retiradas as partes não comestíveis e podem ser cortados. De modo a destruir as enzimas, reduzir os microrganismos e para manter a cor aconselha-se a escaldá-los durante 2 minutos e de seguida passa-los por água fria, retirar a humidade e acondicionar corretamente nas porções necessárias.
• Carne – quando possível deve retirar pele, gordura visível e ossos.
• Peixe – deve escamar, retirar as vísceras, limpar e lavar.
Os alimentos devem ser congelados em porções, ou seja, na quantidade que vai utilizar para uma refeição. Os alimentos congelados devem ser acondicionados em embalagens identificadas, datadas e próprias, de modo a evitar alterações como a “queimadura de frio”, que seca a superfície do alimento formando uma crosta esbranquiçada, diminuindo a sua qualidade.
Os alimentos após terem sido descongelados nunca devem voltar a ser congelados.
Dependendo das características dos alimentos, o seu tempo de vida em congelação será diferente.

Tempos de conservação recomendados
para alimentos no congelador a -18ºC 
Marisco 3 meses
Peixes gordos 3 meses
Peixes magros 6 meses
Pão 3 meses
Bolos 3 meses
Frango e aves de caça 10 meses
Carne de vaca 12 meses
Hortícolas 12 meses

Ainda assim não se esqueça que com o passar do tempo os alimentos perdem sabor, cor, textura e valor nutricional.
A descongelação deve ser um procedimento regular, pois previne a formação de gelo no interior, que, por sua vez, provoca um aumento dos gastos de energia, para além de poder ser um meio de contaminação dos alimentos.

Fonte: DGS – Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável