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Vinte anos na Europa

Ter, 14/02/2006 - 16:40


Assinalam-se este ano os vinte anos da adesão de Portugal à União Europeia. O balanço que hoje fazemos não pode deixar de ser claramente positivo. As condições económicas, sociais e culturais do país mudaram profundamente e permitiram que o nosso país acedesse ao grupo dos países desenvolvidos.

Neste campo, os fundos estruturais desempenharam um papel importantíssimo. A história destes vinte anos é assim uma história de sucesso e os indicadores estatísticos estão aí para mostrar o optimismo deste balanço.
O Produto Interno Bruto subiu de 53% para 74% da média europeia; as acessibilidades melhoraram claramente – a rede de estradas abriu o país; o número de estudantes no ensino superior cresceu de forma considerável e a taxa de escolarização ao nível do ensino secundário passou de cerca de 18% para os 65%; investiu-se muito mais em ciência; a assistência médica tornou-se melhor; o poder de compra subiu; a esperança média de vida aumentou; viaja-se na Europa sem passaporte e deixou de ser necessário trocar dinheiro quando se vai de um país para outro (na zona euro). Em termos gerais, o país tornou-se mais aberto à diversidade e alcançou uma visão cosmopolita das relações internacionais.
Com a adesão de Portugal a Europa passou, no seu conjunto, a ser mais forte mas também mais rica, conquistando uma maior diversidade cultural e económica. Para além do seu capital cultural, os países da lusofonia representam igualmente mercados económicos relevantes para a União Europeia. No fundo, a Europa viu reforçada a sua vocação mediterrânica e atlântica e abriu-se a novas perspectivas. Portugal trouxe também o seu passado enquanto potência influente e trouxe ainda uma das línguas mais faladas do mundo. O português ganhou assim uma nova projecção. Em termos gerais, há vinte anos, as empresas e os cidadãos dos outros dez Estados-membros passaram a ter acesso a novos mercados e consumidores, a melhores oportunidades comerciais e de investimento, a experiências culturais mais ricas.
Hoje, vinte anos depois, Portugal e o resto da Europa enfrentam novos desafios. A Agenda de Lisboa é uma dessas apostas. A Europa precisa de se renovar de modo a fazer face aos estimulantes e importantes desafios que a globalização nos traz. A globalização coloca-nos perante dúvidas e algumas angústias e a todas elas a Europa deverá estar apta a dar resposta – sejam elas a segurança do emprego e das pensões, a migração, o nível de vida. Para valorizar o sentimento de pertença à União Europeia, as pessoas têm necessidade de sentir que a Europa lhes traz um valor acrescentado e que elas podem influenciar as decisões e a forma como estas são tomadas. É este o legado que estes vinte anos nos deixaram e aquele que queremos ver continuado no futuro de forma a podermos responder a questões como as de saber que UE querem os cidadãos europeus, como é que estes podem estar mais envolvidos na agenda europeia e como é que podem melhorar as suas relações com as instituições europeias.
Margarida Marques*

*Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal