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Vinhais, uma equipa bairrista

Ter, 12/12/2006 - 14:10


Ao longe parece fedelha, irreverente e confusa, mas quando batemos com eles de frente, verificamos uma união de jovens dedicados em fintar os adversários com toda a cultura vinhaense.

A avaliar pelos resultados, este jogo bairrista, jovial e chamativo chega, não raras as vezes, à grande área de todos os clubes.

O Vinhais F. C. disputa a época 2006 / 2007 do Campeonato Distrital da AF Bragança com os pés bem assentes na terra. No ano passado, os vinhaenses rivalizaram na 3.ª Divisão, descendo já na última jornada. Deste modo, o clube ficaria, à partida, condenado ao fracasso. No entanto, Mário Gonçalves, presidente do clube há poucos meses, assumiu um traçado com novas ideias e quer devolver o carisma que acompanhou o Vinhais durante décadas.
Fundada em 1950, a colectividade apresenta, como marcos da sua história, várias andanças na terceira divisão nacional, que ajudaram a consolidar uma mística, que, ainda hoje, persiste no grupo desportivo.
Mário Gonçalves, técnico de Farmácia, realça a união e o bairrismo da equipa, pois já há muito tempo que estes argumentos não acompanhavam o espírito do grupo de trabalho. Ao invés, o pior momento foi a derrota, em plena casa, com o Talhas, que deixou muitas mossas na confiança da equipa.
Muito realista, o presidente cala utopias, negando qualquer intenção de subida, pois conta que “não existem infra-estruturas para estar num Nacional como deve ser”.
Em termos de recursos humanos, a colectividade tem 24 jogadores no plantel sénior. As camadas jovens são a grande aposta, “pois só elas garantem a sustentabilidade do clube”, garante Mário Gonçalves. Por seu turno, a direcção conta, no momento, com 8 elementos que demarcam em uníssono a mesma gestão desportiva.

Um Vinhais à antiga, só com jogadores do concelho que tenham amor e respeito pela camisola do clube

Quanto a novidades em relação ao ano transacto, muitas, pois a equipa perdeu quase todos os atletas que disputaram a 3.ª Divisão. Por isso, restam os muitos jogadores da casa, daí que a equipa vinhaense seja toda constituída por alma vinhaense. Deste modo, o bairrismo ilumina o querer e o respeito por uma região. Quanto a este capítulo “a aposta é nos jogadores da terra, pois só eles compreendem mais de 50 anos de história do clube”, sintetizou o dirigente.
O clube envereda por uma filosofia cautelosa, realista e jovial, que começa em sólidas infra – estruturas. “Um Vinhais à antiga, se quisermos, levantar murmúrios dos mais velhos, recuperar essências do antigo Estádio Castanheira”, eis a prescrição do farmacêutico, que reserva os lugares na equipa para vinhaenses que joguem com amor à camisola e tenham patente a ideia de bairrismo. De resto, a direcção revela que foi esse o compromisso com a Câmara Municipal de Vinhais. “É pelo acreditar no projecto que a autarquia os apoia tanta”, salienta o responsável.
A equipa treinada por Carlos Garcia, vista de perto, é bastante jovem, mas conta com as personalidades fortes de Pik e Miguel para equilibrar a irreverência e a paciência.
O 5.º lugar ocupado na tabela classificativa origina os seguintes comentários de Mário Gonçalves: “ a época está a correr optimamente. Não esperava mais da equipa, estou completamente satisfeito”.
No que concerne às ambições desportivas, o clube pretende ficar entre o 5.º e o 3º lugar na classificação final e vencer o prémio de equipa Fair-Play, algo que nunca sucedeu na sua, já, longa vida.