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Vilariça revitaliza produção de melão

Qua, 16/08/2006 - 10:38


A recuperação das variedades de melão produzidas no vale da Vilariça, nomeadamente o “lagarto” e o “carrasco”, já se encontra na fase final.

Estas espécies autóctones chegaram a estar em risco, pelo que foi necessário fazer uma recolha de sementes genuínas junto dos agricultores mais antigos, para criar diversos campos de ensaio e multiplicar as sementes.
O processo de recuperação do melão da Vilariça teve início em 1995, com a criação de oito campos de ensaio, quatro de cada variedade, em várias zonas do Vale da Vilariça onde era tradição produzir melão.
Neste momento, a semente “lagarto” já se encontra registada no Catálogo Nacional de Variedades, enquanto a “carrasco” está em fase de inscrição.
O projecto de investigação para a recuperação do melão foi promovido pela Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRATM), em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e com a Associação de Agricultores Transmontanos.
Segundo o presidente da Junta de Agricultores do Vale da Vilariça, Fernando Brás, os agricultores estão a aderir bem à revitalização das variedades tradicionais de melão, dado que é um produto diferenciado no mercado pela sua qualidade.
Quem produz melão afirma que o aroma e o sabor do melão da Vilariça são inconfundíveis.

Certificação do melão em curso

“Não há dúvida nenhuma que o nosso melão é de qualidade. Desde que sou agricultor sempre produzi melão. É uma tradição que passa de pais para filhos”, realçou António Trigo, agricultor da freguesia de Adeganha.
Para garantir a vitalidade destas variedades a longo prazo, também vai ser criado um banco de sementes genuínas.
“A semente congelada pode durar cerca de 40 anos, portanto não vai haver o perigo destas espécies se extinguirem”, acrescentou Fernando Brás.
Quando terminar a fase de transição entre o ensaio e a colocação do melão no mercado, vão ser distribuídas sementes, em quantidades abundante, aos agricultores, para que possam apostar nesta cultura.
Após a produção de uma quantidade significativa, estão reunidas as condições para avançar com a certificação das variedades de melão desta zona agrícola.
Na óptica do director regional de Agricultura de Trás-os-Montes, Carlos Guerra, o melão da Vilariça deve ser visto como um forte potencial económico, dada a sua qualidade.
O responsável sublinhou, ainda, que, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional vai haver apoio à produção de espécies autóctones vegetais, pelo que a DRATM tem vindo a realizar um trabalho de identificação de espécies vegetais autóctones da agricultura transmontana.
Após a certificação do melão, que poderá ser uma realidade dentro de um ano, o passo seguinte passa pela organização dos agricultores, para conseguirem ser mais competitivos em termos comerciais.