Ter, 09/05/2006 - 15:05
Oriundos dos 12 concelhos do Nordeste Transmontano, os populares iniciaram esta acção de luta junto aos Paços do Concelho, seguindo, em marcha lenta, até ao Hospital de Mirandela.
O descontentamento foi manifestado em diversos cartazes, onde, para além de exigirem a manutenção das duas maternidades do Nordeste Transmontano, alertaram para as consequências do possível encerramento destes serviços de saúde.
“Queremos que os nossos filhos nasçam na nossa terra”, “Não queremos dar à luz nas ambulâncias” ou “As maternidades do distrito de Bragança não podem encerrar” foram algumas das palavras de ordem que marcaram esta vigília.
Apoiado pelas restantes forças políticas do concelho de Mirandela, o autarca local, José Silvano, não poupou críticas à actuação do ministro da Saúde, Correia de Campos.
O edil mirandelense defende a qualidade dos serviços prestados na maternidade de Mirandela, contrariando os argumentos do governante para encerrar as salas de partos.
Grávidas podem correr riscos
“Em Mirandela temos melhores condições do que noutras maternidades do País. A par da qualidade das instalações físicas e técnicas, temos, inclusive, o sistema electrónico anti-rapto”, realçou José Silvano.
O autarca voltou a criticar a atitude ministro da Saúde por ter tomado uma decisão quanto ao futuro das maternidades do distrito de Vila Real, enquanto deixou nas mãos do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste o futuro das salas de parto do distrito de Bragança.
“Em Vila Real decidiu porque tinha força política. Como Bragança não tinha adiou para o conselho de administração do Centro Hospitalar, constituído por pessoas nomeadas pela tutela”, criticou o edil.
Caso o encerramento de uma sala de parto no Nordeste Transmontano se verifique, a população alerta para os riscos de saúde que as parturientes correm, uma vez que terão de percorrer longas distâncias.
O presidente da Câmara Municipal de Mirandela, por seu lado, aponta os perigos que as grávidas podem correr ao darem à luz numa ambulância, onde não têm assistência médica.
“Não será pior para a segurança e saúde das parturientes do nosso distrito demorarem mais tempo a chegar à sala de partos do que esta ficar aberta?”, questiona o autarca.
Dadas as circunstâncias, José Silvano assegura que a luta pela defesa das maternidades do distrito vai continuar, contando, ainda, com mais apoio por parte dos restantes municípios.