Verdes defendem comboio

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Qua, 23/08/2006 - 09:52


O Partido Ecologista “Os Verdes” vai oferecer um álbum fotográfico e um bilhete de comboio ao primeiro-ministro, José Sócrates, para dizer não ao encerramento do que resta das linhas do Tua, Corgo e Tâmega.

Além das imagens recolhidas durante um périplo por estes três percursos ferroviários, os Verdes pretendem juntar à oferta um cabaz com alheiras de Mirandela e vinhos do Baixo Corgo. “Queremos que eles [José Sócrates e o ministro da Obras Públicas, Mário Lino] façam o percurso que os Verdes fizeram, levando-os a repensar as suas decisões em matéria de ferrovia”, explicou Manuela Cunha, membro da comissão executiva nacional de Os Verdes.
Outro dos objectivos da oferta do cabaz passa por “aguçar o apetite dos governantes pela região transmontana e pelos seus recursos endógenos únicos, para que reconheçam o seu grande potencial de desenvolvimento a nível turístico”, explicou a dirigente.
Em termos de promoção turística, os membros do partido ecologista prometem voltar à linha do Tua. “Os jovens que participaram vão daqui encantados com as paisagens e com o relacionamento com as populações, de modo que já estão a combinar uma próxima viagem para fazer uma marcha a pé pelas aldeias situadas ao longo do Tua”, revelou Manuela Cunha.

Sentimento de injustiça

Nos contactos estabelecidos com os cidadãos, os Verdes receberam manifestações de repúdio pelo encerramento das linhas. “As pessoas sentem-se injustiçadas com mais um sinal de abandono por parte do poder central, até porque o encerramento destas linhas retira aos portugueses a possibilidade de conhecer o seu País e de contribuir para o seu desenvolvimento”, defendeu a responsável.
No decurso das viagens, os membros do partido reuniram com autarcas, nomeadamente o de Mirandela, José Silvano, que acusa o Governo de ignorar os municípios quanto ao futuro da linha do Tua.
Mesmo que a ligação Mirandela-Tua não encerre em nome da rentabilidade, a anunciada construção duma barragem naquele curso de água é outra das ameaças que paira sobre a ferrovia. Na tentativa de evitar este cenário, os Verdes vão apresentar um projecto de lei na Assembleia da República. “A EDP tem a concessão do rio Tua há 48 anos e, se não construiu a barragem até agora - quando faltam dois anos para terminar a concessão - é porque esse empreendimento não é tão fundamental como isso”, salienta Manuel Cunha.