UTAD por um fio

No presente ano lectivo, apenas 60 novos alunos passarão a sentar-se nas salas de aula do antigo liceu de Miranda, no decorrer do curso de Trabalho Social, o único que abriu portas aos caloiros.
Antropologia Aplicada ao Desenvolvimento continua em curso no 2º, 3º e 4º anos, mas a sua continuidade estará comprometida se as vagas voltarem a abrir no próximo ano lectivo.
Os responsáveis do curso alegam que a suspensão deriva duma reestruturação no âmbito do processo de Bolonha e estão esperançados no seu regresso em 2007/2008. Por isso, só no próximo ano lectivo se verá se a interrupção tem carácter técnico e científico ou é o início do fim do ensino universitário em Miranda do Douro.
A olhar pelas recentes e variadas declarações do reitor da UTAD não há razões para acreditar no futuro daquela extensão universitária. E se às afirmações de Mascarenhas Ferreira juntarmos as do ministro da Ciência e e ensino Superior, Mariano Gago, é melhor começar a acreditar que o curso de Trabalho Social também terá os dias contados.
Em resposta a um requerimento apresentado na Assembleia da República, o governante nunca focou o caso de Miranda em concreto, mas garantiu que vai cancelar o financiamento aos pólos de ensino superior que estejam abaixo dos limiares mínimos.
Falta agora saber se a extensão da UTAD está abaixo ou acima dos tais “limiares”, mas que se pode esperar de um pólo que, para o ano lectivo 2006/2007, só abre vagas num curso?
Começa, agora, a ficar claro porque é que a Universidade sedeada em Vila Real nunca investiu em instalações de raiz em Miranda do Douro. O financiamento poderá nunca ter contado do PIDDAC, é certo, mas quem tem comandado os destinos da instituição universitária também não tem dado mostras de querer apostar, seriamente, na cidade mirandesa. Por isso, cantina e outros serviços de Acção Social sempre foram, e continuam a ser, uma miragem.