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Uma máquina feita à pressa

Ter, 09/01/2007 - 12:15


A equipa foi feita à pressa e talvez por isso, as primeiras jornadas não tenham corrido de feição. Em prática, uma má pré-época traduz-se em maus resultados.

Mas, estes rapazes sobreviveram ao ritmo da primeira volta e, prevê-se, que a segunda volta seja o tempo e o espaço da máxima força dos, agora, azuis e cor de laranja.
Com apenas dez anos de vida, o Rebordelo leva já uma passagem pela III Divisão Nacional e um troféu de subida da II para a I Divisão Distrital de Bragança. Contudo, os rebordelenses já viveram melhores dias, pois, no presente, a subida está num dicionário imaginário. Apesar do crescendo de forma, a distância para os rivais de Morais e do Mãe D’Água é significativa.
Actualmente, rivalizam no campeonato com 19 atletas, sendo que apenas dois são de Rebordelo. Os restantes repartem-se pelos concelhos de Chaves, Valpaços e Mirandela.
O presidente do clube, Alberto Dias, lidera a direcção desde a sua fundação e a motivação nunca abandonou o dirigente. Nestes pequenos mas largos anos, o presidente não esquece a época de 2002/2003, “com a subida do clube à competitiva III Divisão Nacional Série A”. No entanto, a equipa viria a descer no ano imediato, apesar da atitude guerreira e dignificante do grupo do concelho vinhaense. A este respeito, o tesoureiro do clube, Valter Dias, confessa que “nós podemos jogar bem, mas há sempre alguém por detrás que não nos deixa ganhar”.
O clube é financiado, na sua maioria, pela Câmara Municipal de Vinhais, pelos sócios e alguns patrocínios, “poucos, mas bons”, confidencia o tesoureiro.

Doze elementos directivos respiram pela glória do clube e da aldeia, que, consideram, “ficou mais rica com o futebol local”.

A direcção luta todos os dias para que o futebol da aldeia possa continuar, “mas algumas vergonhas da arbitragem, nomeadamente fora, fazem-nos pensar duas vezes sobre o sacrifício que fazemos”, atira o presidente.
Confrontado sobre a sua paixão e vocação neste Rebordelo com dez anos de vida, Alberto Dias reafirma que é presidente “porque todos gostam do trabalho que efectuo aqui”. Analisando pormenorizadamente o seu currículo, salienta-se o seu gosto pela criação de associações. O treinador, em jeito de brincadeira, disse que era o “pai das associações”. Isto porque fundou a Banda da terra, o clube de futebol e, agora, vai abrir uma Associação de Gaiteiros. Porquê tanta dedicação? “Gosto de preservar a cultura, costumes e tradições das gentes da Rebordelo sempre com olhos postos no futuro”, responde Alberto Dias. Trata-se, sem dúvida, de um homem que gosta de ter tudo em Rebordelo e, desde 1997, que o responsável máximo pelo clube lava a roupa e marca o campo. “Sou eu sozinho que marco o campo, porque tenho gosto pelo futebol, pelos domingos diferentes e pela felicidade das pessoas de Rebordelo e todo o concelho vinhaense”, declara o responsável.
Quanto ao capítulo da arbitragem, a época nem está a correr mal. “Nos jogos fora de casa a equipa tem sido um pouco prejudicada”, confessa Valter Dias, acrescentando que “é natural as arbitragens serem algo caseiras, fruto das condições adversas que os árbitros encontram nos diferentes terrenos de jogo”.
O projecto que circunda o Rebordelo para este ano não contempla a subida de divisão, apenas fomenta o lazer e a dignificação dos valores da terra. No entanto, “se o actual pico de forma for para durar, jogadores e direcção não receiam a, conhecida, 3.ª Divisão Nacional”, assegura o presidente. Mas, em traços gerais, a grande aposta recai na “conquista da Taça da Associação de Futebol de Bragança e num honroso 2.º ou 3.º lugar”, confessa o presidente.
Para o futuro, a colectividade quer apostar nos jovens da terra, criando oportunidades para desenvolver valores humanos, assentes na responsabilidade e orgulho na equipa que representam.
No geral, o Rebordelo nada num clima harmonioso, com solidez financeira e bastantes recursos humanos, aliado à exuberância da falange associativa que acompanha a formação domingo a domingo.