Ter, 17/01/2006 - 16:01
O agora doutor proporcionou um momento de grande qualidade científica e cultural, ao defender, sabiamente, a sua tese intitulada “Mouros Míticos em Trás-os-Montes: contributos para um estudo sobre os mouros no imaginário rural”.
O novo Professor Doutor explicou todos os passos que o conduziram a uma avaliação sobre o que realmente representam os “mouros” na História, nas lendas, na toponímica, nas fragas, nas ruínas, nos castros e nos rituais festivos. Explicou como entrou nas aldeias, nos lares da 3ª idade, como conviveu com os idosos e como atraiu para a sua “causa” dezenas de professores das aldeias isoladas da região transmontana, sempre à descoberta da memória das gentes do Mundo Rural, que considera um povo profundo. Por isso, durante a apresentação da tese, o autor afirmou: “Muitos deles, deixam aos filhos, netos e sobrinhos, por herança, as vinhas, as matas e os lameiros; mas a mim deixam-me algo que considero muito mais precioso: as suas memórias”.
Alexandre Parafita conseguiu compilar neste estudo quase três centenas de lendas sobre mouros, mouras encantadas e tesouros. Falou sobre o Livro de S. Cipriano e o demónio que “mora dentro dele”, sobre o “Tributo das Donzelas”, a decapitação dos “Sete Infantes de Lara”, numa tese de mais de 600 páginas.
O júri, presidido pela Vice-Reitora da UTAD, Isolina Poeta, integrou conceituados professores e especialistas da Universidade do Algarve, da Universidade de Lisboa, da Universidade de Aveiro e, como não podia deixar de ser, da Universidade anfitriã. Todos eles tiveram palavras de grande apreço sobre a qualidade da investigação levada a cabo por Alexandre Parafita, distinguindo-o, por isso, com a mais alta classificação: Aprovado com Distinção e Louvor por Unanimidade.
Floriano Fontes