Sistema de ensino em mudança

PUB.

Qui, 29/06/2006 - 10:13


Com o encerramento de centenas de escolas à porta, o sistema educativo esteve em debate, na passada quinta-feira, em Bragança.

A necessidade de mudar o sistema de ensino em Portugal foi realçada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, justificando, assim, o encerramento das escolas do 1º Ciclo já no próximo ano lectivo.
Questionado sobre o futuro da educação no distrito de Bragança, o governante respondeu que, numa região com falta de população, é possível manter o ensino superior com alunos oriundos de outros pontos do País, o que já não é possível nos outros níveis de ensino.
Durante o debate, Mariano Gago foi duro nas críticas às entidades transmontanas, acusando-os de fazer dramatização social com a perda da população, para justificar a inacção.

Ensino precisa de mais qualidade

“Perderam população mas ganharam recursos de outras regiões que trabalharam e se desenvolveram. Por isso, é preciso definir estratégias”, acrescentou o governante.
A contribuição do ensino superior para o reforço do emprego nas cidades médias foi, igualmente, um tema abordado por Mariano Gago, que defendeu a especialização do ensino superior, acrescentando que as instituições não podem andar de costas voltadas em micro-regiões do País.
A qualidade do ensino foi outra das bandeiras de Mariano Gago, ao sublinhar que os jovens portugueses têm que ser preparados para poderem agarrar oportunidades fora do País.
Esta opinião é partilhada por Adriano Moreira, um dos intervenientes no debate, que defende a mudança do sistema de ensino no sentido de melhorar a sua qualidade, mas também para cativar os jovens a estudar durante mais tempo.
No entanto, o professor universitário critica o encerramento das escolas com uma justificação economicista.
Cativar alunos para o ensino é outro dos objectivos deste debate, que está a ser realizado a nível nacional, dado que Portugal tem a taxa de abandono escolar mais alta da Europa.
“40 por cento dos alunos portugueses não termina o ensino secundário. É preciso contrariar esta realidade”, concluiu Mariano Gago.