SIDA tratada em Bragança

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Ter, 05/12/2006 - 15:11


A partir do início do próximo ano, os reclusos seropositivos dos Estabelecimentos Prisionais (EP) de Bragança e Izeda vão poder receber tratamento localmente. Recorde-se que até aqui, os doentes eram obrigados a deslocarem-se ao Hospital Joaquim Urbano (HJU), no Porto.

Com objectivo de contornar esta situação e fomentar o tratamento entre os seropositivos, foi celebrado, na passada quinta-feira, um protocolo entre a Sub-Região de Saúde de Bragança (SRSB) e o HJU.
Numa primeira fase, profissionais de saúde daquela instituição portuense virão a Bragança, de modo a fazerem as consultas e a darem formação a alguns técnicos, para que, a médio prazo, possam ser estes profissionais a administrarem os tratamentos aos seropositivos.
Relativamente aos casos no distrito de Bragança, o director – clínico do HJU, Rui Sarmento e Castro, refere que “na região ainda se fala muito pouco neste problema”, mas não considera os números preocupantes.

Profissionais insistem que a detecção precoce e prevenção são essenciais

Recorde-se que o primeiro caso de SIDA no distrito de Bragança foi diagnosticado em 1984 e até meados deste ano, foram notificados 116 registos em pessoas residentes na região, dos quais 16 já faleceram.
Com cerca de um a cinco casos detectados anualmente, os concelhos de Bragança e Macedo de Cavaleiros são os que apresentam o maior número de doentes, seguidos de Mirandela e Mogadouro.
Neste distrito, ao contrário do que se verifica no resto do País, as relações heterossexuais não protegidas representam a principal forma de transmissão, com 55 casos.
Desde 2003, que se encontra em funcionamento, em Bragança, o Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do HIV/SIDA (CAD), a funcionar na delegação do IPJ, onde é possível realizar exames gratuitos e de forma confidencial.
Entre 2003 a 2005, efectuaram-se 90 testes, ao passo que este ano os exames ascendem a 242. “A maior parte destes diagnósticos é feito por jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 26 anos”, revelou a psicóloga do CAD, Solange Barreira.