Seda de Freixo não ficou nas 7 maravilhas

PUB.

Ter, 08/09/2020 - 12:15


Gala da Declaração Oficial das 7 Maravilhas da Cultura Portuguesa decorreu no castelo de Bragança

A Arte da Seda de Freixo de Espada à Cinta não foi eleita, no sábado à noite, em Bragança, uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular. A candidatura estava entre os 14 finalistas e, nesta fase, era a única do distrito que podia ser uma das sete eleitas pelos portugueses, através de voto telefónico. O programa da RTP que, na primeira edição, encontrou as 7 Maravilhas de Portugal e, mais tarde, as sete maravilhas no âmbito dos doces, das aldeias, das origens, das praias, entre outras, apresentado por Catarina Furtado e José Carlos Malato, dedicou-se, este ano, a homenagear a cultura popular portuguesa, baseada em vivências e saberes únicos. A identidade nacional, ao nível da cultura popular, foi agrupada em sete categorias e submetida ao voto popular: artesanato, artefactos, lendas e mitos, festas e feiras, músicas e danças, rituais e costumes e ainda procissões e romarias. Na final do programa, no castelo de Bragança, Maria do Céu Quintas, presidente da câmara de Freixo de Espada à Cinta, disse acreditar que tudo estava bem “encaminhado” para que a seda fosse considerada uma maravilha. Apesar de tudo, a candidatura não foi das que reuniu mais votos e, por isso, acabou por ser uma das sete que se ficou pela intenção. Contudo, a presidente considerou que o programa “veio ajudar e muito” e, desta forma “chegou a toda a gente” e “deu a conhecer a arte”. Em Freixo de Espada à Cinta há cerca de uma dezena de artesãs que trabalham a seda no museu que lhe é dedicado, gerido pela autarquia, e a esperança, como frisou a presidente, é continuar com o projecto e que a arte seja o “sustento” de algumas famílias. Questionada sobre a possibilidade de se criarem produtos feitos em seda mais variados, a autarca assumiu que já se está a apostar noutro tipo de peças, nomeadamente écharpes, gravatas e carteiras. “Pode ser feito aquilo que as pessoas quiserem, basta encomendarem e faz-se o que quiserem”, explicou Maria do Céu Quintas. Os grandes vencedores da noite foram o Bailinho da Madeira, da Calheta, o Colete Encarnado, de Vila Franca de Xira, o Criptojudaísmo de Belmonte, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego, os Santeiros de São Mamede do Coronado, na Trofa, a Romaria de São Bartolomeu, em Ponte da Barca e a Romaria de São João D'Arga, em Caminha. O anfitrião da noite, Hernâni Dias, presidente da câmara de Bragança, abriu as portas de um dos lugares mais emblemáticos da capital de distrito para receber o espectáculo que contou com diversas actuações, com especial destaque para as de Cuca Roseta, Tony Carreira, Rita Sanches, ArtGym Company e Bruno Rosa. Mostrando-se claramente satisfeito pela escolha da cidade para a gala final, Hernâni Dias considerou a oportunidade como uma forma de “ajudar a promover um pouco mais o território, não só o concelho como todo o distrito e região”, que “tem similitudes absolutamente incríveis em tudo que tem a ver com a cultura, as tradições e o património”. Ao longo de todo o dia de sábado, o concelho esteve, durante várias horas, em destaque na televisão. Para o autarca tratou-se de uma verdadeira “celebração” do que existe no território. A Festa do “Charolo”, celebrada, todos os anos, em Outeiro, também esteve entre os candidatos mas não chegou sequer aos 14 finalistas. Ainda assim, Hernâni Dias sublinhou que, através deste evento, o concelho já arrecadou dois galardões 7 Maravilhas, com a aldeia de Rio de Onor e o Mel de Montesinho

Jornalista: 
Carina Alves