Sal nas estradas

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Ter, 03/01/2006 - 14:43


As Estradas de Portugal (EP), em parceria com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) e autarquias locais, estão a espalhar várias toneladas de sal-gema para tornar mais seguras as rodovias da região.

Segundo fonte do SNBPC, “esta acção de prevenção está no terreno mais cedo do que habitual, já que a formação de geadas começou mais cedo e prolonga-se por mais tempo, havendo zonas onde o gelo permanece ao longo de vários dias”.
Os pontos mais críticos são o Alto de Rossas e o nó de Rio Frio, ambos no IP4, a estrada da Serra de Nogueira, a ligação Mogadouro à ponte de Remondes, e a estrada que atravessa a Serra de Bornes, em direcção a Alfândega da Fé. Além destes pontos, há outros em várias estradas municipais que “são verdadeiras armadilhas para os automobilistas, já que a formação de geada se prolonga por vários dias”, acrescenta a mesma fonte.
Já fonte das EP contactada pelo Jornal NORDESTE, há zonas na chamada Terra Quente, onde não era habitual fazer espalhar sal. É o caso de algumas estradas nos concelhos de Torre de Moncorvo, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães ou, mesmo, Mirandela.

Risco para os solos

De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, João Venceslau, todos os meios vocacionados para o espalhamento de sal-gema existentes no distrito de Bragança estão envolvidos nesta operação, bem como homens e máquinas dos respectivos municípios. “Para tornar as estradas mais seguras, o distrito de Bragança, nos pontos mais críticos, já está completamente coberto de sal”, assegura o responsável.
Quem não vê com bons olhos o espalhamento de sal é a associação ambientalista QUERCUS. “O sal-gema pode tornar estéreis os solos das áreas envolventes às estradas, além dos prejuízos para os lençóis freáticos e cursos de água, que podem ficar mais salgados, adverte o presidente daquela organização, Hélder Spínola.
O responsável não avançou com grandes soluções para criar uma alternativa ao espalhamento de sal-gema nas estradas, dizendo, apenas, que “tem de se arranjar uma solução de ordem mecânica”.