Ter, 29/08/2006 - 15:37
O paralelo termina a escassos metros da sua habitação, o que deixa Alice Nascimento perplexa com a actuação das entidades responsáveis, dado que a rua também faz a ligação entre dois bairros da aldeia.
Em pleno século XXI, esta habitante mostra-se indignada com o facto do caminho ainda se encontrar em terra batida, sendo obrigada a suportar o pó no Verão e as lamas quando chegam as chuvas de Inverno.
A par do mau estado das acessibilidades, esta habitante também vive a braços com um problema de infiltração de água nos alicerces da sua casa, que se arrasta há vários anos.
Na óptica da senhora, o problema começa no tanque público e nas condutas criadas para levar a água até aos campos. Alice Nascimento garante que, tanto o depósito, como os canais têm fugas, pelo que a água se entranha nas paredes da cave da sua habitação.
A humidade cria um ambiente propício ao desenvolvimento de lesmas e insectos que invadem a cave. “É um nojo. Não posso guardar aqui nada. É só lesmas e mosquitos por todo o lado”, frisou a habitante.
Tanque da discórdia
Além disso, Alice Nascimento afirma, ainda, que acorda e adormece, diariamente, a pensar na segurança de um tanque de 22 mil litros de água, situado a escassos metros da sua habitação.
As fissuras que têm aparecido no reservatório são uma preocupação para Alice Nascimento que garante que o tanque foi construído, apenas, com tijolo e cimento, mas sem ferro. “O tanque não está seguro. Se aquilo rebenta não sei o que será da minha casa, tal é a quantidade de água que se encontra ali armazenada”, alega a habitante.
Contactado pelo Jornal NORDESTE, o presidente da Junta de Freguesia de Sortes, Juvêncio Carvalho, afirma que aquele tanque de rega foi construído há mais de 30 anos e nunca deu problemas. Por isso, considera desnecessária a demolição ou deslocação do depósito, que considera “um local de armazenamento importante na altura do Verão”.
O autarca acrescentou, ainda, que o tanque foi revestido este ano, um investimento que rondou os 500 euros.
Relativamente às infiltrações, o vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Rui Caseiro, esclarece que os serviços da autarquia já averiguaram o problema, mas chegaram à conclusão que as infiltrações de água se devem ao mau isolamento da cave, dado que existe uma nascente nas proximidades da habitação.
O autarca acrescentou, também, que é uma casa que tem consumos elevados de água, numa aldeia onde este bem ainda não se paga. “No mês passado gastou 44 m3 de água, um consumo elevadíssimo para uma casa onde vivem, apenas, duas pessoas”, acrescentou Rui Caseiro.
Quanto ao caminho público, o vice-presidente da CMB afirma que, a seu tempo, as ruas de Sortes irão ser todas calcetadas.