Resíduos nucleares longe de Bragança

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Ter, 19/09/2006 - 14:55


Após várias manifestações e até perseguições, o alcalde de Peque, Rafael Lobato, já rejeitou a hipótese daquele município espanhol, situado a cerca de 65 quilómetros da fronteira do Portelo, acolher um cemitério nuclear.

Recorde-se que o interesse manifestado, no passado mês de Agosto, pelo autarca acerca da instalação de um armazém de resíduos nucleares no município de Peque mereceu o descontentamento do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, e de várias entidades espanholas.
Na altura, Jorge Nunes afirmou que a criação de um cemitério nuclear em Peque representaria impactos negativos para o Nordeste Transmontano, alegando que comprometeria o desenvolvimento do turismo na região.
Depois de ter pedido esclarecimentos ao Ministério da Indústria espanhol, o alcalde de Peque decidiu renunciar à instalação do Armazém Temporal Centralizado, tanto no seu município, como em outros locais da região de Castela e Leão.

Alcalde de Peque pede segurança

Rafael Lobato disse, ainda, ao diário espanhol “La Opinión de Zamora” que na base da sua decisão também pesou o “medo de perder a vida”, dado que o alcalde diz ter sido alvo de ameaças e perseguições.
A decisão do alcalde de Peque já foi aplaudida pelo presidente da Diputación de Zamora, Fernando Maíllo, e pelo sub-delegado do governo espanhol, Carlos Hernández, que classificaram a motivação inicial de Rafael Lobato como uma chamada de atenção para a falta de serviços e de desenvolvimento no município de Peque.
Já a plataforma contra o cemitério nuclear exige que o autarca renuncie à instalação daquela infra-estrutura em plenário e reclama, ainda, a sua demissão.
Recorde-se que a construção do cemitério nuclear representaria um investimento total de mil milhões de euros, iria criar 300 postos de trabalho durante as obras, mais 110 empregos directos.