Ter, 26/09/2006 - 15:45
Esta iniciativa, promovida pela Associação ALDEIA, com o apoio da autarquia de Macedo de Cavaleiros, reuniu várias experiências de aldeias que foram alvo de projectos de recuperação.
O objectivo das jornadas foi reunir várias experiências, cruzando conhecimentos e debatendo ideias que possam, no futuro, contribuir para a promoção de projectos de recuperação de aldeias abandonadas ou em processo de abandono.
Foram apresentados vários exemplos de recuperação de aldeias, acções levadas a cabo em Mosteiro da Ribeira, nomeadamente em Drave, uma aldeia recuperada que se encontra sob a tutela do Corpo Nacional de Escutas, e “as aldeias do Xisto”, um programa que começou com a recuperação de uma localidade e foi alargado a várias aldeias de diferentes concelhos.
De Espanha veio o testemunho do programa de recuperação de aldeias abandonadas na reserva da biosfera da Serra de Rincón. Segundo o testemunho espanhol, no país vizinho existe uma forte procura de aldeias abandonadas por parte de entidades, como é o caso de sindicatos, associações, ONG’s. Além disso, há um número considerável de aldeias que foram transformadas em museus ou que estão dedicadas à protecção ambiental.
Aldeias do Sabor aguardam intervenção
Segundo o representante da Associação ALDEIA, Ricardo Brandão, os exemplos mostram que, tanto em Portugal como em Espanha, é possível a aplicação dos modelos utilizados em espaços já abandonados ou em vias de abandono. Contudo, a sua recuperação, principalmente através de iniciativas particulares, tem mais procura em aldeias totalmente abandonadas.
Ricardo Brandão afirma, ainda, que cerca de metade das aldeias abandonadas no nosso País são alvo de programas de reabilitação estatais ou através de iniciativas particulares. No entanto, considera que não faz sentido recuperar uma aldeia por si só, mas sim integrá-la numa rede, de modo a dinamizar a zona onde a localidade está inserida. Esta dinamização deverá ter como alicerce o turismo, em simbiose com a agricultura, para permitir e estimular a fixação de pessoas. Estes são factores de impacto económico importante para a sustentabilidade dos projectos.
Embora sejam projectos que envolvem muitos recursos, um dos engenheiros responsáveis pela apresentação do projecto “Aldeias do Xisto” afirmou que em nenhuma das aldeias se terá gasto tanto como o necessário para a construção do Centro Interpretativo de Salselas, o Núcleo central da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, local onde decorreram as apresentações.
Ricardo Brandão referiu, ainda, que gostaria de ver implantado um programa de recuperação nas aldeias do Sabor, que incidisse na sua dinamização e valorização.