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Raça Mirandesa perde efectivo

Ter, 16/05/2006 - 14:45


O número de criadores e o efectivo de animais de raça bovina mirandesa está a diminuir “drasticamente” nos concelhos de Vinhais e Bragança. Esta situação fica a dever-se à estrutura fundiária da região, que engloba parcelas de pequena dimensão e afastadas umas das outras.

Para atenuar este fenómeno, o secretário técnico da Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, Fernando Sousa, considera imperiosa a criação de medidas capazes de facilitar reestruturação fundiária e a fixação dos agricultores.
“Com o despovoamento a que as aldeias do interior estão sujeitas, era importante criar medidas com vista à disponibilização da terra para a instalação de jovens agricultores, já que a agro-pecuária é a única forma de manter vivas as aldeias e de fixar população”, defende o responsável.
Na óptica de Fernando Sousa, existe uma série de intuições públicas, como a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte, Parques Naturais e municípios que, em conjunto poderiam planificar um sector com importância económica para a região. “Toda a estrutura fundiária da região terá de ser revista. Já se fez um sem número de tentativas de emparcelamento, mas sem resultado”, garante o responsável técnico.

Pequenas explorações condenadas

Fernando Sousa relembra que vai aparecer um novo Quadro de Referência Estratégica Nacional sem que se vejam medidas que conduzam a uma reorganização do espaço rural, de forma a permitir a instalação de jovens agricultores com uma dimensão adequada de exploração e de efectivo animal.
“Há 20 anos, um lavrador que tivesse 10 vacas era um lavrador rico. Hoje, quem tiver o mesmo número de cabeças não tem praticamente nada, porque um produtor, para ter uma vida condigna, terá de ter mais de 30 animais na sua exploração”, sustenta o responsável.
Acresce que o futuro também não é risonho para as pequenas explorações. “A partir de 2013, quem não tiver uma exploração com cerca de 70 vacas não será competitivo no sector da carne”, recorda o dirigente.
O efectivo da raça bovina mirandesa ronda as 4.200 vacas para produção de carne, ao passo que o número de criadores ascende a 600, o que representa um decréscimo de 70 por cento na última década.