Quartel dos bombeiros marca passo

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Ter, 10/05/2005 - 14:54


O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Torre D. Chama (AHBVTDC), Brás Pinto, não voltará a recandidatar-se ao cargo, caso o novo quartel não arranque antes das eleições autárquicas de Outubro.

Segundo o responsável “é inadmissível que uma obra que já se arrasta desde 1982, que já tem dois protocolos assinados com o Ministério da Administração Interna (MAI), um em 1999 e outro em 2004, ainda não tenha início à vista”.
Neste momento, o processo está nas mãos da Câmara Municipal de Mirandela (CMM), que já autorizou o apoio administrativo e técnico, no âmbito do processo da empreitada do quartel dos Bombeiros Voluntários de Torre D. Chama.
“A autarquia mostrou-se disponível em colaborar com os bombeiros para tratar do processo da empreitada até à abertura do concurso público”, afirma Brás Pinto.
Ao que o Jornal NORDESTE conseguiu apurar, o município mirandelense já deu luz verde ao pedido efectuado pela AHBVTDC, no sentido da autarquia constituir as comissões de acompanhamento do concurso da obra.
A 18 de Março passado, a CMM designou os funcionários que constituem a comissão de abertura do concurso e a comissão de análise das propostas.

Projecto é o mesmo

Feita a constituição das equipas, o concurso público da obra pode ser publicado no Diário da República até ao final do mês, mas o presidente da AHBVTDC confessa que tem dúvidas quanto ao início das obras e aponta o dedo ao sistema burocrático do País.
“Em Portugal vivemos a burocracia do papel e é preciso processos e mais processos para se tratar uma coisa simples. Por isso é que o processo continua atrasado, mesmo depois de se ter assinado o último protocolo”, sublinha Brás Pinto.
Na óptica do responsável, as mudanças políticas também contribuíram para adiar o arranque da empreitada. “O quartel está no papel por causa das acções políticas”, sublinha o presidente da associação humanitária.
Segundo Brás Pinto, as promessas têm sido muitas, mas os resultados são nulos. “O ex-governador civil disse que estava a ser elaborado um projecto novo. Em Janeiro deste ano recebi o projecto de 2002, que é o mesmo que já tinha sido elaborado em 2000 pelo Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Administração Interna”, ironiza o presidente.
Perante esta situação, Brás Pinto diz estar cansado de lutar pelo quartel dos Bombeiros Voluntários da Torre D. Chama e garante que, se a obra não for iniciada antes das eleições autárquicas, não volta a apresentar-se como candidato à presidência da AHBVTDC.