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Quando a carraça ataca

Ter, 12/12/2006 - 12:10


O distrito de Bragança é o que regista o maior número de casos de febre da carraça (febre escaro-nodular) em Portugal. No entanto, estas ocorrências têm diminuído ao longo da última década, passando de 116 casos por ano, para 36 em 2005.

Trata-se de uma situação que, segundo a coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança (SRSB), Berta Nunes, pode ser justificada pela alteração dos estilos de vida. “As crianças brincam menos na rua e as pessoas não trabalham tanto no campo e têm melhores condições de higiene”, sublinhou a responsável.
Segundo dados divulgados durante o seminário Saúde Pública e Doenças Transmitidas por Carraças, na passada quinta-feira, os meses com maior incidência são os de Verão, sobretudo Julho e Agosto. Já as faixas etárias mais atingidas são do um aos 14 anos e os adultos em idade activa, dos 35 aos 74 anos. O distrito de Bragança registou, em 2005, cerca de 24 casos em 100 mil habitantes. Já o resto do País verificou 3,9 ocorrências, enquanto que a região Norte notificou, apenas, 2,3.
Recorde-se que a febre escaro – nodular é transmitida através da mordedura de uma carraça infectada. No entanto, Victor Lourenço, adjunto do delegado Regional de Saúde do Norte, alertou para o facto de cientistas americanos suspeitarem que esta doença pode levar, nalguns casos, a complicações no sistema nervoso central. “Presume-se que haja alguma interacção e que possa levar a uma dependência total das pessoas e, possivelmente, à morte”, sublinhou o responsável.
Berta Nunes apela, por isso, para a vigilância e reforço de protecção. “Quem trabalha na agricultura deverá usar roupas claras e proteger a maior superfície possível, bem como seguir os conselhos dos médicos veterinários”, informou a coordenadora da SRSB.