Qua, 31/05/2006 - 14:47
A sessão realizada pelos técnicos do Gabinete de Apoio à Indústria Agro-Alimentar (GAIA) foi subordinada ao tema “O azeite: legislação, qualidade e segurança alimentar – Um desafio para os produtores e embaladores”, para esclarecer as questões que têm suscitado dúvidas aos produtores.
A implementação do sistema de controlo HCCP foi um dos temas em destaque durante o seminário, como forma de alertar os produtores para a obrigatoriedade da implementação do sistema, bem como para as suas vantagens.
“As empresas que embalarem azeite utilizando este sistema, para além de poderem comercializar o produto para grandes superfícies e para o estrangeiro, também podem tirar dividendos a longo prazo, visto que os clientes estão cada vez mais exigentes”, realçou Raquel Fernandes, engenheira alimentar do GAIA e responsável pela implementação do sistema HCCP.
Dado que este sistema permite o controlo de todos os passos que são levados a cabo, desde a apanha da azeitona até à sua transformação, também os clientes da restauração procuram, cada vez mais, azeite com qualidade garantida.
A importância das normas de segurança
“Visto que, com a utilização do HCCP, os perigos para a saúde pública estão controlados, também as pessoas que frequentam os restaurantes procuram, cada vez mais, produtos de qualidade. Por isso, os estabelecimentos só têm a ganhar com a implementação deste sistema, que lhes permite crescer economicamente”, acrescentou Raquel Fernandes.
Garantir a máxima qualidade é o principal objectivo deste sistema, onde são cumpridas todas as normas, desde as temperaturas às condições de higiene que acompanham o produto até à chegada ao consumidor final.
Apesar das empresas da região começarem, agora, a adoptar o HCCP, o director técnico do GAIA, António Ferreira, afirma que ainda há quem venda “gato por lebre”.
“Uma grande parte do azeite da nossa região cumpre as normas exigidas por lei, mas existe uma pequena parte que não cumpre. Já nos apareceram pessoas a pedir análises a um determinado azeite e depois constataram que, afinal, tinham sido enganados”, realçou o responsável.
Como as autoridades de segurança alimentar andam, cada vez mais, no terreno, os técnicos do GAIA abordaram, igualmente, outros pontos da legislação, para informar os produtores.
A utilização de galheteiros com tampas invioláveis ou doses individuais à mesa dos restaurantes também foi tema de debate. António Ferreira explicou que, apenas, as embalagens que vão para a mesa têm que obedecer aos parâmetros estipulados por lei, o que permite aos empresários da restauração utilizar embalagens mais económicas na confecção das refeições.