PSP solidária

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Ter, 17/05/2005 - 16:12


A Associação Sócio-Profissional dos Profissionais da Polícia (ASPP) entregou, na passada quinta-feira, 21.436 euros à família de Irineu Dinis, o agente da PSP morto em serviço no bairro da Cova da Moura, em Fevereiro deste ano.

A quantia resultou duma colecta realizada em diversas esquadras da PSP do país para apoiar a família de Irineu Dinis, em especial a mãe, Ana Afonso Gil, 62 anos, que dependia economicamente do agente baleado na Cova da Moura.
Para ultrapassar as dificuldades, a ASPP formou uma comissão que se encarregou de apelar à generosidade dos colegas de Irineu Dinis.
Os resultados foram apresentados no comando da PSP de Bragança, na presença de Ana Afonso Gil e de José Joaquim Dinis, ex-profissional da PSP e tio do agente falecido.
A emoção não deixou falar a mão de Irineu, que não conteve as lágrimas ao longo de toda a cerimónia. Igualmente comovido, José Dinis salientou que a PSP, enquanto instituição, saiu dignificada com o gesto de solidariedade protagonizado pelos colegas do agente assassinado. “Se ela [a mãe de Irineu] tivesse outro suporte…mas ele [Irineu] era a principal ajuda da casa”, recordou o tio da vítima.
Mas, os gestos de solidariedade não ficaram por aqui. A Direcção Nacional da PSP entregou um diploma de condolências à família, enquanto a Federação Portuguesa de Futebol ofereceu uma camisola da Selecção com o nome de Irineu Dinis estampado nas costas.
Já o pintor DaCosta, de Vila Nova de Gaia, doou um quadro, cujo valor, segundo a ASPP, “é significativo”.

Governo prepara apoios

A estas ajudas junta-se uma colecta levada a cabo pelos colegas da esquadra da Cova da Moura, que já foi entregue à família. Além disso, Ana Afonso Gil está a beneficiar de um subsídio eventual de cerca de 200 euros mensais, que foi concedido, a título temporário, pela Segurança Social. Este organismo do Estado assegura, também, o apoio psicológico que está a ser prestado à mãe de Irineu Dinis, que é consultada regularmente por uma psicóloga e pela médica de família.
O presidente da ASPP, Alberto Torres, exige que casos como os de Irineu não se voltem a repetir, ao mesmo tempo que desafia o Governo a assumir as suas responsabilidades.
A solução pode estar para breve, dado que, no próximo Conselho de Ministros, deverá ser aprovado um diploma que prevê a criação de apoios específicos para a família dos agentes das forças de segurança mortos durante o exercício da sua profissão.
Segundo Alberto Torres, o projecto terá efeitos retroactivos a partir de 1 de Janeiro deste ano, pelo que vai já contemplar a atribuição duma indemnização à família de Irineu Dinis. “Queremos acreditar que aqueles que desempenham funções de segurança no país vão estar mais protegidos, o que não acontecia até aqui”, referiu o dirigente.