Propostas da FPF para a retoma do futsal não agradam a todos os clubes da 2ª Divisão

PUB.

Sáb, 20/03/2021 - 16:18


Retoma da 2ª divisão prevista para Abril e Taça de Portugal poderá ser concluída só com equipas da Liga Placard. As propostas foram avançadas pela FPF numa reunião, via zoom, com os clubes do Campeonato Nacional de Futsal da 2ª Divisão e dividem opiniões.

Os clubes do Campeonato Nacional de Futsal da 2ª Divisão reuniram, ontem, com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para avaliar a possibilidade de retomar a competição, que foi suspensa em Janeiro, a partir do próximo dia 25 de Abril.

“O que nos disseram é que tudo vai depender da evolução da pandemia”, disse ao Nordeste João Carlos Pires, presidente do Grupo Desportivo Macedense, que esteve presente na reunião.

A recomeçar a prova no dia 25 de Abril as equipas regressam aos treinos no dia 19 de Abril, data autorizada pelo Governo para a prática de modalidades de médio risco, que inclui o futsal.

A retoma da competição vai incluir uma reformulação no modelo competitivo, mais uma, e de acordo com João Carlos Pires “a federação diz ter várias opções em cima da mesa e que a escolhida só será anunciada depois do reinício do campeonato”.

A ideia de uma possível reestruturação é aceite pela maioria dos clubes, face à situação pandémica. “Compreendemos que não há soluções fáceis, e com a indefinição das séries das ilhas ainda poderá ser mais complicado”, disse Emílio Almendra do CSP Vila Flor.

O treinador e dirigente diz, no entanto, que a FPF “tem que ter noção que uma alteração muito significativa dos quadros competitivos, que não preserve o mínimo de verdade desportiva, poderá pôr em causa todo o trabalho e investimento dos clubes”.

Emílio Almendra dá como exemplo as equipas que vão jogar a fase de manutenção. “A fase de manutenção apenas a uma volta, e conseguir fazer uma volta já seria difícil, é injusto e desvirtua completamente a verdade desportiva”.

Uma das possibilidades é definir apenas a fase de subida e dar por concluída a temporada para os restantes clubes.

O vilaflorense acrescenta que a retoma da prova tem de ser bem equacionada também pela questão da integridade física dos jogadores. “A FPF tem que ter muita atenção com o perigo de pôr os jogadores a competir só com uma semana de treino depois de uma paragem de três meses”.

E Bruno Pereira, presidente do Clube Académico de Mogadouro, defende o fim do campeonato esta temporada e “um ano zero” para as equipas que não estão em posição de subida. ”Sou apologista de um play-off de acesso à primeira divisão para as equipas que estavam na condição de subir. Para as restantes equipas seria um ano zero. Ou seja, terminarem o campeonato e retomar na próxima época com a mesma estrutura”.

O líder dos mogadourenses diz não haver “condições sanitárias em Portugal” para retomar os campeonatos “com a segurança que é exigível” e considera que a “Federação Portuguesa de Futebol está a fugir às responsabilidades e a ignorar a saúde pública”.

Com a paragem do campeonato, a direcção do Mogadouro aconselhou os jogadores brasileiros a regressarem ao seu país, pois sem treinar e jogar e a morarem na mesma casa “era uma situação inviável”, disse Bruno Pereira.

Para o dirigente a saúde dos atletas é prioritária mesmo que isso coloque em causa os objectivos do clube.  “Eu prefiro descer de divisão e garantir a segurança dos meus atletas e demais”.

Quanto à Taça de Portugal de Futsal poderá ser terminada só com equipas da 1ª divisão e deixar de fora os clubes de divisões secundárias. Apesar de o Mogadouro já ter sido eliminado, Bruno Pereira defende o fim da competição sem vencedor. “Mesmo algumas equipas da Liga Placard já manifestaram não ter condições para participarem na liga placard com segurança quanto mais na taça. Poucas são as equipas que têm. Possivelmente só mesmo Benfica e Sporting sem querer desprezar os restantes clubes”.

Do distrito de Bragança, o Macedense é a única equipa ainda em prova da Taça de Portugal de Futsal e corre o risco de ficar de fora. “Não me agrada essa opção, mas tenho que aceitar, pois, a prioridade é terminar o campeonato”, disse João Carlos Pires, presidente do GDM.

O mesmo se aplica ao futsal feminino e neste caso também ao Macedense. A Taça de Portugal deverá ser concluída só com equipas da 1ª Divisão.

Voltando ao campeonato masculino da 2ª Divisão, o Macedense, na série A, ocupa o quarto lugar e preparava-se para defrontar o Gondarém na última jornada da fase regular quando a prova foi interrompida.

Na série B, Mogadouro, 7º classificado, e CSP Vila Flor, 9º na tabela, têm confronto agendado para a última jornada.