Preservar os burros das Terras de Miranda

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Ter, 13/09/2005 - 15:30


A II Mostra de Burros do Planalto Mirandês decorreu durante o passado fim-de-semana na localidade de Azinhoso, concelho de Mogadouro.

Esta iniciativa, organizada pela Junta de Freguesia local em parceria com Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), teve como principal objectivo revitalizar uma feira tradicional de gado característica da região.
Este ano, os proprietários responderam à chamada da organização e marcaram presença cerca de 80 criadores de burros que vieram diversas aldeias de todo o concelho.
A par da revitalização de uma tradição, esta iniciativa impulsiona o convívio entre os proprietários destes animais e dá a conhecer as principais características físicas e genéticas da raça asinina.
“A nossa associação também procura ensinar aos criadores as principais características de um raça que se pretende proteger na região do Nordeste Transmontano”, salientou o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.
Durante o desfile, foram enaltecidas as principais característica existentes nos burros das Terras de Miranda, onde foi possível verificar que os asininos do concelho de Mogadouro estão longe das características ideais da raça.

Criar postos de recriação

Para além do desfile estenográfico houve, igualmente, uma tradicional gincana de burros, actividade que demonstra as qualidades de obediência dos animais.
Para já, a AEPGA tem em mente a constituição de um centro de melhoramento genético no concelho de Mogadouro, de forma a melhorar as características dos animais.
A ideia desta associação é possibilitar o acesso das fêmeas ao macho de cobrição, já que os dois postos oficiais existentes se encontram no concelho de Vimioso e Miranda do Douro
Dada a distribuição geográfica das localidades, o centro pode ficar instalado na região do rio Sabor (Brunhoso ou Remondes), já que em torno destas aldeias há cerca de 150 animais reprodutores.
Outro dos postos ficaria na zona das Arribas do Douro, uma situação que viria a facilitar o trabalho dos criadores, já que há pessoas com mais de 65 anos de idade.