Ter, 28/11/2006 - 11:16
De facto, o Presidente da República visitou o município do distrito de Bragança onde os idosos se encontram mais desprotegidos, fruto da insuficiência de lares e centros de dia, que não tem acompanhado o acelerado envelhecimento da população.
A Santa Casa da Misericórdia é uma das poucas instituições que dispõe de um Lar de Terceira Idade, mas há muito que as camas estão esgotadas. “Temos uma lista de espera de 100 idosos, mas não sabemos quando poderemos dar resposta em termos de internamento”, revelou o provedor no passado sábado, durante a passagem do chefe de Estado pelos corredores da instituição.
Fora da sede de concelho, Vila Boa e Agrochão são duas das freguesias que contam com mini lares, ao passo que Ervedosa assiste à conclusão de um Centro de Noite. Na aldeia da Moimenta existe projecto e vontade para construir um terceiro mini-lar de Terceira Idade, mas o financiamento estatal ainda não está garantido. Por isso, o presidente da Câmara Municipal de Vinhais, Américo Pereira, deixou o repto a Cavaco Silva. “Senhor Presidente, diga ao ministro da tutela que para a semana têm que ser anunciados três lares para o concelho”, exigiu o autarca.
Só a construção de mais três lares permitirá atenuar o isolamento em que se encontram os mais idosos
Enquanto o Governo não der seguimento a esta pretensão, Vinhais continuará a ter a mais baixa taxa cobertura de lares de idosos do distrito de Bragança, com 9,2 por cento.
Espalhadas por 700 quilómetros quadrados de área, a dispersão das 103 aldeias vinhaenses encarrega-se de agravar as condições de vida dos mais velhos. Na tentativa de atenuar o fenómeno, a Santa Casa da Misericórdia, em parceria com a autarquia, candidatou-se a uma Unidade de Cuidados Continuados no antigo Centro de Saúde, mas sem sucesso. “Disseram-nos que teria de ficar para outra oportunidade, pois o programa Saúde XXI já não tem verbas”, lamenta Américo Pereira.
Cavaco Silva escutou, focou a importância do voluntariado e, a pedido do autarca, levou para Lisboa o dossier dos novos lares. “As autarquias, pelo seu conhecimento e proximidade, podem mobilizar mais facilmente a sociedade civil para o voluntariado, que tem grande importância no campo social”, salientou o Presidente da República.