Pobreza aumenta no distrito de Bragança

Segundo a directora do Centro Regional da Segurança Social de Bragança, Teresa Barreira, já estão identificados grupos muito vulneráveis à pobreza, nomeadamente idosos e, inclusivamente, pessoas que trabalham, mas que têm baixas qualificações académicas e profissionais.
Estes dados foram revelados, na passada quarta-feira, à margem da conferência subordinada ao tema “Pobreza e Exclusão Social: Especificidades e Estratégias de Intervenção”, integrada nas comemorações do primeiro aniversário do Núcleo Distrital de Bragança da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAPN).
Este núcleo está a trabalhar directamente com Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSSs) do distrito de Bragança, para responder de perto aos problemas identificados pelos técnicos das diferentes instituições.

Técnicos precisam de qualificação

A pobreza é um problema que afecta muitas famílias que vivem no Nordeste Transmontano. “Há de facto bolsas de pobreza no distrito de Bragança, com mais incidência na sede de concelho. Depois também temos os idosos, muitos deles sem uma retaguarda familiar, que se encontram espalhados por todo o distrito”, acrescentou Teresa Barreira.
Esta situação é reforçada pelo presidente da REAPN, Jardim Moreira, que afirma que o índice de pobreza no distrito de Bragança é elevado. Segundo o responsável, este problema advém, por um lado, dos fracos recursos obtidos por quem trabalha na agricultura e, por outro, pela falta de emprego, visto que é uma região onde não há indústria.
Para dar resposta a esta questão social, o Jardim Moreira realça que é fundamental criar uma cultura nova, um processo que considera lento, mas mais exigente, tendo em vista a mudança de mentalidades, métodos de trabalho, parcerias e qualificação dos técnicos.
Por isso, neste momento, o Núcleo Distrital de Bragança da REAPN está a fazer o diagnóstico das dificuldades das próprias instituições, no sentido de proporcionarem uma maior qualificação aos técnicos para lidarem com os diferentes casos identificados.
As comemorações da REAPN terminaram com um espectáculo solidário no Teatro Municipal de Bragança, que contou com a actuação das tunas do Lar de São Francisco e da Casa Dr. Oliveira Salazar e dos Galandum Galundaina.