Ter, 22/11/2005 - 16:47
A obra, intitulada “Pelourinhos do distrito de Bragança”, foi lançada no passado sábado, em Bragança, numa cerimónia que contou com a presença do presidente do INATEL, José Augusto Troni.
Na óptica de Luís Ferreira, este livro congrega a memória do povo do Nordeste Transmontano, bem como parte da sua história. “Quando uma localidade erguia um pelourinho recebia a sua autonomia administrativa, mas também política, o que lhe conferia uma certa independência”, acrescentou o delegado do INATEL.
A preservação destes símbolos, que representam uma parte do património transmontano, também é bem visível nas pinturas de Luís Canotilho, criadas ao ar livro, corria o ano de 1987.
Para Luís Ferreira, os pelourinhos de hoje estão mais bem conservados do que na há 18 anos atrás. “É curioso verificar que, passados tantos anos, ainda existe a preocupação de preservar estes retalhos da história. No caso da aldeia de Frieira, no concelho de Bragança, o pelourinho encontrava-se partido e hoje está erguido”, salientou o responsável.
Património classificado
A responsabilidade que era conferida às localidades através da Carta de Foral também é focada nos textos de Luís Ferreira, dado que foi através destes documentos que muitas das aldeias do Nordeste Transmontano conseguiram alcançar o estatuto de vilas e cidades.
Apesar da importância histórica destes símbolos de “liberdade”, há localidades no distrito de Bragança que deixaram desaparecer estes marcos históricos, enquanto outras nunca conseguiram erguer nenhum pelourinho, como é o caso do concelho de Miranda do Douro, onde são conhecidos, apenas, vários cruzeiros.
Os pelourinhos, construídos no largo principal de cada localidade, são, hoje, peças fundamentais no conjunto do património da região, pelo que o presidente do INATEL lança um desafio à Associação Nacional de Municípios, para candidatar este património classificado à UNESCO.
José Augusto Troni foi o mentor desta obra. Quando ficou a conhecer os pelourinhos pintados por Luís Canotilho, através de quadros que decoram o Governo civil de Bragança, deixou o repto a Luís Ferreira para imortalizar estes marcos da história transmontana.
Em 108 páginas, compostas por textos e pinturas, podem-se encontrar pelourinhos de vários estilos arquitectónicos, mas todos com o mesmo significado histórico, dado que representam o poder conferido pelos Juízes de Fora às diferentes localidades.